Juliette pode ganhar quase R$ 100 mil por publicação nas redes sociais
Advogada e maquiadora paraibana acumulou mais de 23 milhões de seguidores no Instagram. Ganhadora ou não do prêmio final, ela sai consagrada
atualizado
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O BBB 21 termina nesta terça-feira (4/5) e, independentemente de quem o público consagrar vencedor, a advogada e maquiadora Juliette Freire, de 31 anos, de Campina Grande (PB), é a maior ganhadora fora da casa. Além dos mais de 23 milhões de seguidores no Instagram, a paraibana é sucesso entre as marcas. De acordo com especialistas em marketing digital, a popularidade é tamanha que ela pode chegar a faturar R$ 90 mil por post nas redes sociais.
A estimativa é da agência Brunch, especializada em influência digital. O cálculo levou em conta custos como produção de conteúdo, especialmente com equipe; uso de imagem e distribuição para a audiência da influenciadora.
Atualmente, segundo Ana Paula Passarelli, proprietária da Brunch, Juliette atinge quase 50% da base de seguidores. Ou seja, tem o potencial médio de alcance na casa das 10 milhões de pessoas. Em termos de algoritmo do Instagram, o número é expressivo. Para Ana, isso se justifica pela superexposição da advogada. “São 100 dias exposta em um dos maiores programas da TV brasileira – 24h por dia, 7 dias na semana. Essa é uma grande janela”, comenta. “As próximas semanas serão cruciais para ela aproveitar o tiro de canhão que a TV a deu e transformar isso em resultado de campanha e negócios”, avalia Ana.
Ganhar o grande prêmio de R$ 1,5 milhão, definitivamente, não seria nada mal, mas de acordo com os cinco especialistas do mercado ouvidos pelo Metrópoles, para entender o que será do fenômeno Juliette fora da Casa do BBB 21, isso não será preciso para garantir a fama e a fortuna. Viviane Medrado, diretora comercial da Agência Brain, acredita que a carreira anterior de Juliette já demonstra o interesse dela em estar presente no ambiente digital. “A diferença agora é que ela poderá ser muito bem remunerada por isso”, diz.
A especialista calcula que, a cada publi post, Juliette poderá cobrar algo em torno de R$ 70 mil a R$ 90 mil (em um post no feed e uma sequência de três stories). “A Juliette é uma personalidade autêntica de natureza, é algo que observamos nela nesses meses de confinamento. Essa autenticidade colabora muito para a credibilidade, que é a moeda mais valiosa do nosso mercado”, argumenta Viviane.
Patamar de celebridades
Para Jaderson de Alencar, sócio-diretor de Estratégia na FSB Comunicação, Juliette vai ser disputada do lado de fora pelas marcas que desejam levar o “pote de ouro”. Segundo ele, já existe uma fila enorme de anunciantes interessados na BBB. “Temos exemplos clássicos de declarações da sister que esgotam produtos, como os ovos da Lacta ou o celular que ela usou para ganhar a prova do líder da Samsung”, relembra. Apesar do interesse acirrado pela maquiadora, a mensuração de valores dos contratos depende muito de escopo, marca e projeto. “Arrisco dizer que Juliette já está no mesmo patamar financeiro neste momento que estrelas consagradas como artistas globais e cantoras famosas”, diz.
Juliette está entre os cinco BBBs mais seguidos levando em consideração dados de todas as edições anteriores. No entanto, o que pode ser feito desse alcance varia, segundo avaliação de Clarissa Millford, uma das fundadoras da Academia de Tiktokers, maior escola on-line sobre o ensino da plataforma no Brasil. “O modelo de negócio implementado por cada influencer desse nível de repercussão pode ser com parceria com marcas, lançamentos de produtos próprios, cursos, palestras, desenvolvimento de projetos próprios como programas de TV, documentários, livros, dentre outros”, explica a especialista. Para ela, no entanto, todos os finalistas do BBB estão nessa posição potencial para arrecadar um valor significativo com ações de marketing, parcerias e iniciativas próprias.
O fenômeno digital Juliette, no entanto, terá que tomar alguns cuidados fora da Casa. Segundo Rafa Lotto, sócia e head de planejamento da Youpix, o período inicial será de pico de exposição, mas é preciso cuidado para que o conteúdo não vire um cabide de marcas. “Depois de algum tempo, esse apetite do mercado dependerá muito do que ela for capaz de entregar nos primeiros trabalhos. O que aconteceu ano passado com Manu Gavassi, por exemplo, que soube administrar o conteúdo e se mantém relevante até hoje”, analisa.
Juliette pós-BBB
Outro ponto de atenção é como sustentar a narrativa criada pela equipe de Juliette fora da casa. Hoje em dia, a BBB tem um time administrando, monitorando e respondendo os seguidores nas redes sociais praticamente 24 horas por dia. Além disso, há uma expectativa em relação ao conteúdo que será postado e como a BBB se destacará no dia a dia virtual. “O programa deixou de ser sobre o prêmio final. É muito mais sobre o que o participante tem de envergadura para fazer depois do programa”, avalia Ana. Para ela, a verdadeira gestão começa no momento em que o programa acaba. Segundo a especialista da Brunch, o grande desafio é sustentar a personagem que foi criada ao longo dos quase quatro meses de confinamento.
Para Rafa, da Youpix, será preciso ir além para potencializar o que foi visto no BBB até agora. “Se analisarmos o conteúdo que ela produzia antes do BBB, vemos que é bastante diferente do que é produzido pela equipe. A Juliette de antes é muito parecida com milhões de perfis, que compartilham coisas da vida, viagens, dicas de maquiagem, stories com os amigos, etc. Claro que depois do BBB a vida dela será alvo da curiosidade. No entanto, celebridades compartilhando suas vidas de celebridades não é algo que seja muita novidade, não é mesmo?”, pondera Rafa. A torcida é que Juliette consiga preservar a autenticidade.