“Publicidade não deve ser transmitida à força”, opina influencer
Stenio Girardelli (Lactea) conta como alinha os propósitos ao ser convidado para fazer publi para uma marca
atualizado
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Em 2017, o influenciador digital Stenio Girardelli, mais conhecido como Lactea, começou a gravar vídeos para a internet. Seis anos depois, aos 22 anos de idade, ele coleciona quase dois milhões seguidores no Instagram e mais de 2 milhões no TikTok, tendo trabalhado para grandes marcas como Mc’Donalds, Gillette e Vans. Segundo ele, entre os principais desafios para quem cria conteúdo nas redes sociais é a produção de vídeos de maneira responsável e que seguidores se sintam leves ao assisti-los.
Embaixador da marca Ipiranga, Lactea mora em São Paulo e acredita que a publicidade não deve ser passada a força à audiência. Em entrevista à série de publicações que o Metrópoles veicula sobre influencers, Lactea conta exatamente o momento em que se percebeu como influenciador digital.
Como produzir conteúdos de humor na internet com responsabilidade?
Produzir conteúdo em si já é uma grande responsabilidade, independentemente do assunto que você produz. Penso que a gente nunca tem certeza de todas as pessoas que nos assistem e muito menos pelo o que elas estão passando naquele momento. Toda vez que procurei humor como entretenimento foi para me sentir abraçado e bem, então, tenho esse cuidado de pensar que o meu vídeo pode servir de refúgio e de motivação para várias pessoas. Por isso, sempre busco um humor que faça a pessoa não se sentir ofendida.
Como você alinha seus propósitos com uma marca que te convida para fazer uma publi?
Sempre busco algo que possa agregar para os dois. As marcas têm sido muito adeptas ao meu conteúdo e procuram sempre me entender quando vou fazer uma publicidade.
Por isso, seguindo sempre minha linha de humor, consigo fazer trabalhos com bastante personalidade.
Muitos têm um certo “preconceito” ao ver um influencer produzindo uma publi. Dessa forma, quais são as suas principais preocupações ao fazer esse trabalho?
A publicidade sempre foi vista como algo transmitido à força, então tentar trazer leveza para a forma de passar a ideia aos espectadores é a principal chave para que não seja vista de forma pesada. Sempre tento deixar claro que isso é uma publicidade para que o meu público não ache que estou passando algo a força para eles.
Como é sua rotina de gravação de vídeos?
Como tenho tido uma alta demanda de publicidades, busco me organizar o máximo possível para que a entrega seja perfeita. Trabalhar com marcas é muito delicado, então procuro entregar o máximo de mim. Nem que para isso precise acordar de manhã e trabalhar em uma ideia que só saia a noite, mas que saia com muita maestria.
Como você definiu seu nicho?
Com o tempo de conteúdo, fui entendendo o que eu gostava de fazer e como meu público se entretém com meu conteúdo. Então, sem dúvidas, foi a quantidade de tentativas em busca de um conteúdo que ficou confortável para mim e para eles.
Quando você começou a trabalhar com marcas, o que você aprendeu com elas nos últimos tempos?
Que por mais que sejamos um “produto”, é necessário termos nosso valor e propósito. Quem é vendido de forma desesperada acaba perdendo valor.
Teve algum que te marcou mais?
Hoje eu diria que tem vários. Primeiramente, a marca que me considero mais próxima é a Ipiranga, já que trabalho hoje como embaixador. Já fiz publicidades até com o Zico no autódromo de Interlagos. Trabalhei com McDonald’s, Gillette e Uber. Outra marcante foi a Vans, que recentemente fiz uma campanha com eles, uma marca que marcou muito minha infância.
A partir do momento que você se percebeu como marca, como passou a enxergar isso?
Comecei a entender que trabalhar com grandes nomes como McDonald’s, Ipiranga, Vans e Gillette exige uma grande responsabilidade, afinal não são todas as pessoas que têm esse privilégio de ter contato direto com marcas que estão presentes no dia a dia dos brasileiros. Então, apesar de lidar com o humor de forma muito leve e brincalhona no meu perfil, preciso mostrar que isso é meu trabalho e tenho seriedade para cumprir meus compromissos.
O que o influenciador digital precisa ter para conquistar o público?
Simpatia e originalidade. Parece clichê e batido falar isso, mas ser simpático é primordial para transmitir um assunto, seja qual for o nicho que você deseja falar. Eu preciso me interessar através da forma que você transmite um conteúdo, então sendo original e o mais simpático possível, você acaba gerando interesse nas pessoas.
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Qual o conselho que você pode dar para quem deseja ser influenciador no mesmo nicho que o seu?
Seja criativo e procure explorar coisas diferentes. A todo momento surge uma pessoa criando conteúdo na internet, então busque mostrar seu diferencial.
Qual foi o desafio que mais te marcou na carreira de influencer?
Entender que as pessoas gostam de me assistir. Quando comecei a criar conteúdo, tudo fluiu de forma muito leve e natural e isso tomou uma proporção bem maior. Comecei a questionar se as pessoas realmente se importavam comigo e tinham interesse em acompanhar minha vida, que muitas vezes foi enxergada como ‘nada demais’ por mim. A internet me ensinou a dar valor nas coisas do dia a dia e a ter prazer em gravar assuntos que para mim eram tidos como bobos.
Metrix
Desde 2023, o portal Metrópoles conta com um braço próprio para atender o mercado de marketing de influência: a Metrix, um ecossistema de desenvolvimento de projetos entre marcas e criadores de conteúdo. A iniciativa visa desenvovler a conexão entre talentos e oportunidades no mercado de influência.