IA na publicidade: inovação e criatividade sem limites?
Como o uso da tecnologia pode beneficiar empresas e clientes
atualizado
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Por Breno Machado, CEO e fundador do Grupo Mandrill
A inteligência artificial (IA) está desempenhando um papel determinante na transformação do mercado de trabalho. À medida que essa tecnologia avança, anunciantes e profissionais de Comunicação de vários segmentos abraçam a revolução digital para alcançar públicos diversos de maneiras mais eficazes. Saber aproveitar essa transição com criatividade e qualidade tem sido um grande diferencial.
Na publicidade, por exemplo, a tecnologia está abrindo portas para possibilidades nunca antes exploradas. Um caso emblemático, que tomou conta da internet em julho, é o da campanha da Volkswagen em que a cantora já falecida Elis Regina aparece recriada por ferramentas de IA.
O episódio nos demonstrou que, enquanto a IA une praticidade, qualidade e possibilidades inovadoras, ela também cria questionamentos controversos e importantes sobre os limites do uso.
Debater e refletir sobre as complexidades, adversidades e benefícios que cercam a presença da IA na publicidade é necessário, assim como é analisar de que modo as indústrias criativas e os consumidores têm respondido a essas indagações.
Em um campo tão recente, o que consegue se tornar inovador no mercado sem ultrapassar limites ainda não definidos?
Busca por inovação e os benefícios da IA
A inteligência artificial tem ganhado muito espaço no mercado publicitário. Por quê? A cobrança por inovação nesta área é perene e o recurso traz muitos benefícios tanto para o quem produz quanto para quem consome.
Ferramentas automáticas que permitem a investigação sentimental do público em relação a uma campanha publicitária, algoritmos inteligentes que analisam dados em tempo real para aumentar o ROI (“return on investiment”, ou retorno sobre investimento) do projeto e pesquisas apuradas que preveem novas tendências e comportamentos no mercado são algumas das vantagens geradas para as empresas de publicidade que optam pela IA.
Quanto a quem consome, escolher por uma empresa que faz uso do apoio das ferramentas inteligentes pode garantir mais agilidade no processo da campanha, maior contentamento com o material entregue e otimização dos resultados finais.
Digo isso porque vemos na prática no Grupo Mandrill, uma holding de empresas inovadoras especializadas no setor audiovisual. Fazemos uso inteligente e proveitoso da IA na publicidade brasileira. Atualmente, usamos uma metodologia própria para o processo de produção de vídeo e campanhas apoiada em ferramentas inteligentes. Com isso, conseguimos em 2022 triplicar o faturamento em comparação ao ano anterior, posicionando a Mandrill como um potencial unicórnio no campo da tecnologia audiovisual.
Do ponto de vista artístico, conseguimos preservar sempre a originalidade e a humanização do nosso conteúdo, mas já adotamos as ferramentas de IA como meio de resolução de problemas mais técnicos, como nas etapas de planejamento, gestão financeira e relatório final.
Ao alinhar IA, tecnologia, pessoas e processos, oferecemos uma entrega de qualidade superior com custo mais acessível para o cliente, além de criarmos um ambiente de maior respeito e estabilidade para os profissionais do setor e garantirmos um ecossistema que potencializa a eficiência sem sacrificar a qualidade.
Mas e o futuro?
Saber fazer o bom uso de algo que está em desenvolvimento é um desafio: uma das principais questões que têm gerado debates na área da Comunicação está relacionada à autenticidade e à originalidade das produções quando executadas com a ajuda da IA. Ao se apoiar em ferramentas inteligentes, as campanhas publicitárias mantêm de fato a criatividade e a genuinidade humana ou apenas reproduzem ideias já antes vistas?
Também há controvérsias sobre os limites éticos de sua aplicação na área, como a extração e o uso de dados de usuários para resultados mais assertivos e a reprodução de imagens de artistas sem que estejam de fato no set de filmagem. Isso chama a atenção para a necessidade de reflexão por parte de empresas e profissionais do campo, a fim de que a IA seja pensada como um meio de apoio para partes técnicas do processo, e não como a chave para a criação de um todo.
À medida que nos aproximamos da maior revolução tecnológica da história da humanidade, é imperativo para o setor de publicidade no Brasil compreender que os próximos dois anos serão decisivos.
Assim como foi difícil prever em 1995 que o marketing digital dominaria as vendas em 2018, é desafiador prever exatamente como a IA moldará o futuro. No entanto, é quase certo que, em um curto período, estaremos nos perguntando como vivemos sem a influência da IA na publicidade.
Profissões serão redefinidas ou até extintas, novos cargos surgirão, e é possível que vejamos o surgimento de empresas que tomarão a dianteira, desbancando gigantes estabelecidos.
É crucial que o Brasil não apenas observe, mas ativamente participe dessa transformação. Ignorar essa onda de mudança seria como travar uma guerra contra a evolução, similar ao que ocorreu com o avanço dos aplicativos de transporte. Portanto, para profissionais e empresas brasileiras, o momento de preparação e adaptação é agora. Fico feliz e honrado em dizer que a Mandrill já atua desta forma e a gente vem buscando compreender cada vez mais essa realidade. Afinal, em um futuro muito próximo, a IA não será uma opção, mas uma necessidade para se manter competitivo.
Breno Machado é CEO e fundador do Grupo Mandrill, uma holding de empresas de comunicação especializadas em audiovisual. Após 14 anos de experiência no setor, ele se especializou em desenvolvimento de softwares e gestão de processos. Breno é o criador da Metodologia Ágil de Produção Mandrill.