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Grana preta: influencer desmistifica mundo das finanças de forma fácil

Boa estratégia, caderno, caneta e calculadora em mãos, Amanda Dias, especialista em orientação financeira, explica finanças de forma simples

atualizado

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Divulgação/Arte: Lucas Jonathan
#SouInfluencer-1 (1)
1 de 1 #SouInfluencer-1 (1) - Foto: Divulgação/Arte: Lucas Jonathan

Jornalista, influenciadora digital e especialista em orientação financeira, Amanda Dias iniciou a gravação de vídeos para a internet em 2018, quando criou uma página no Instagram. Centenas de pessoas começaram a se identificar, então, com o jeito que ela falava sobre temas que antes eram considerados inacessíveis, como o de finanças. 

Desde então, a comunicadora baiana percebeu que gostava de compartilhar conteúdos sobre o tema, pois economia sempre foi uma área do jornalismo que despertava o interesse desde a época de faculdade. “Foi quando comecei a pesquisar e aprender mais sobre o assunto. Tudo autodidata. Ainda como estagiária, passei a investir e, com o resultado, fiz minha primeira viagem”, rememora ela, que tem mais de 90 mil seguidores na rede social. 

Em entrevista à série de publicações que o Metrópoles está veiculando com influencers, Amanda Dias dá dicas de como começar e desmistifica de forma fácil e divertida o mundo das finanças. Confira:

Quais são os principais desafios que você enfrentou no início da carreira de influencer?

Inicialmente, o julgamento feito por outros profissionais do mercado financeiro pela forma como eu simplificava o assunto. Eles ficavam cobrando linguagem técnica em um conteúdo direcionado para iniciantes. Depois a questão territorial, a maioria das marcas e eventos voltados para educação financeira ocorriam no Sudeste (ela mora em Salvador, na Bahia), então no começo era difícil marcar presença nesses eventos fora do estado. E, hoje em dia, a comparação. Sei que a minha abordagem dentro da educação financeira e comportamental é única e isso se tornou a minha marca registrada, assim como minha autenticidade, é o que atrai e fideliza meus clientes, mas até o mercado entender a transformação que eu gero, demorou muito. É preciso investir e plantar para colher os frutos. O lado bom é que, como eu prezo muito pelo conteúdo que compartilho, meu público reconhece essa verdade.

Quando o trabalho é bem feito os clientes sempre voltam e agradecem pelo resultado. Nossa forma de comunicar acaba humanizando os serviços financeiros.

 

Muita gente acha que falar sobre finanças é algo bastante complexo. Como abordar o tema na internet de maneira tranquila?

Minha abordagem sempre foi no sentido de traduzir a técnica para uma linguagem popular e didática. Parto de questões pessoais e de vivências familiares, que também são reflexo de contextos sociais e econômicos compartilhados pelas pessoas que tiveram a mesma origem que eu. A partir desses exemplos, consigo me conectar com os seguidores e trazer um conhecimento financeiro que surge a partir daquela experiência – que é importante para a superação de alguns problemas financeiros. Acredito que o ponto central é não culpabilizar pessoas nem apontar os erros, mas, sim, usar a experiência como espaço de aprendizagem. Também gosto de usar exemplos da história e cultura afro-brasileira para que as pessoas possam se identificar e inspirar. Assim, consigo motivar a mudança de hábitos nas pessoas.

Como é a rotina das suas gravações de conteúdo e como você define as pautas?

Toda sexta pela manhã temos uma reunião chamada “Sprint das rainhas” onde eu e minha sócia Camila discutimos com a equipe a nossa semana. ‘Choramos as pitangas millennials’ e decidimos quais pautas irão ao ar. Olhamos o backup de ideias que é alimentado por todas (principalmente por mim) e avaliamos quais pautas irão sair, de que forma iremos aborda-las e quando serão publicadas.

Já os Stories e conteúdo de comunidade são mais orgânicos. Quando me dá vontade e surge uma ideia boa, apenas abro a câmera e vou falando.

Além disso, temos as editorias e os projetos de conteúdo como a série Mercado Negro e a editoria Orientação que são mais pontuais geralmente lançamos um projeto audiovisual (Websérie) por ano.

Tem como organizar as finanças de maneira simples? 

Claro. Eu mesmo sou uma educadora financeira que detesta planilha. Acho que a planilha em si estabelece vários critérios de acesso: você precisa de um computador ou celular de qualidade, precisa ter acesso pleno à internet e precisa de tempo para ficar atualizando ela. A maioria das pessoas começa fazendo no primeiro mês, depois desiste, porque o dia a dia é dinâmico. Uma coisa que gosto de utilizar é caderno e caneta (ou lápis) e uma calculadora (pode ser a do celular). É só isso que você precisa para organizar a vida financeira e, claro, de uma boa estratégia por trás.

Ter um orçamento que diz exatamente pra onde vai cada centavo do seu dinheiro e abraça despesas presentes sem deixar de investir nos seus planos de futuro é essencial. Assim você evita aquela sensação de ‘onde foi parar o dinheiro que tava aqui?’ que se tem quando se faz um gasto sem intencionalidade ou planejamento. Com o orçamento de base zero, você não faz malabarismo e se organiza antes do dinheiro chegar, assim é só direcionar para cada coisa e curtir a vida sem preocupação se vai dar ou não para fechar as contas no fim do mês. 

Quais livros você indica sobre o tema?

Economia para transformação social é um livro que vai dar um panorama muito bom sobre economia e que ajuda a entender os índices que fazem o dinheiro poder comprar mais ou menos coisas. Dinheiro sem medo, de Eduardo Amuri, um educador que eu admiro bastante e também aborda o tema de finanças de forma empática e acolhedora com conhecimento e sem pressão.

Coleção Odu Adajo volume 8: Obará de Mãe Stella de Oxossi, para os olhos mais desatentos esse pode parecer um livro sobre espiritualidade, mas para quem sabe interpretar, ele vai falar sobre a filosofia por trás do dinheiro e as lições para se fazer, ter e manter uma vida mais próspera. Uma dica preciosa que você dá para quem deseja começar a investir, mas não entende muito ou nada sobre o tema.

Invista primeiro em conhecimento. E não precisa ser investimento de dinheiro, pode ser de tempo, eu tenho um curso chamado Mentalidade Financeira que é gratuito e está disponível na plataforma do Sesc Digital. Além de ajudar a organizar as finanças, ainda dá um bom panorama introdutório sobre investimentos. Os cursos da Anbima também são excelentes para quem quer aprender e se sentir mais seguro para se aventurar nesse universo.

Que dicas você dá para os pais começaram educação financeira desde cedo com os filhos?

Deixe que eles participem das conversas sobre dinheiro. Se você achar que está cedo demais e isso não é assunto ‘leve’ para uma criança, então ele nunca será leve. Busque se educar financeiramente para não reproduzir comportamentos financeiros nocivos, pois as crianças aprendem muito por meio do exemplo dos pais. E tome cuidado para não transferir necessidades da criança interior para o seu filho, essa ideia de querer dar aos filhos tudo que não teve acesso pode até parecer bacana, desde que você não precise se endividar ou trabalhar duas vezes mais para bancar aquele padrão de vida. O seu filho precisa muito mais da sua presença e de diálogo do que esse acúmulo de brinquedos e bens materiais.

Uma mensagem que você deixaria para quem deseja começar a influenciar na área de finanças.

Sua palavra convence, mas seu exemplo arrasta. Resgate sua história, por que ela tem muito poder de conectar e mostrar para pessoas que você conseguiu. Mesmo não sendo fácil, é possível.

Não adianta copiar uma fórmula pronta, as respostas já estão dentro de você. Vá atrás delas e seja você mesmo na máxima potência.

Metrix

Desde 2023, o portal Metrópoles conta com um braço próprio para atender o mercado de marketing de influência: a Metrix, um ecossistema de desenvolvimento de projetos entre marcas e criadores de conteúdo. A iniciativa visa desenvovler a conexão entre talentos e oportunidades no mercado de influência.

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