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Gramado Summit Punta del Este: Fake News é um grande risco global

Latente, a desinformação, impulsionada pela internet, foi tema do segundo dia da Gramado Summit Punta del Este

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1 de 1 Gramado Summit Punta del Este (UY) - Metrópoles - Foto: Metrópoles

Punta del Este, Uruguai – “É preferível falar sobre informação falsa, não Fake News, porque se é notícia, é verdadeiro, se trata de uma informação já apurada”, explicou a CEO do portal Metrópoles, Lilian Tahan, no segundo e último dia da Gramado Summit Punta del Este. Mediado por Gustavo Descalzi, jornalista do El Observador, o painel sobre Fake News trouxe a executiva e Hugo Hernández, consultor, para esclarecerem a importância de lutar contra essa maré de desinformação.

Este ano, o Fórum Econômico Mundial apontou a desinformação e os conteúdos alterados por inteligência artificial como o segundo maior risco global. Ambos ficaram atrás apenas do clima extremo.

Inclusive, 91% dos brasileiros acreditam no poder que as notícias falsas têm de influenciar a opinião das pessoas. Foi o que mostrou a pesquisa “Redes sociais e notícias falsas”, de 2023, publicada pelo Instituto de Pesquisa DataSenado.

Por isso, é necessária, de forma emergente, a alfabetização midiática. A formação tem o objetivo de formar cidadãos críticos e capazes de interpretar e reconhecer a legitimidade das informações às quais são expostos todos os dias.

Para Lilian Tahan, Fake News nada mais são do que uma mentira. Afinal, elas já existem há muito tempo e, agora, são impactadas por uma projeção muito maior por meio da internet. “Hoje, inclusive, as redes sociais conseguem aumentar o impacto dessa ‘mentira’”, complementou.

De toda forma, na visão da executiva, da mesma forma que as Fake News são projetadas, o outro lado da moeda também aparece; muitas vezes na mesma velocidade. “E é aí que entra o papel fundamental do jornalista, que vai fazer a checagem e ouvir todos os lados, para, então, trazer à tona o que de fato é um fato”, ponderou.

O consultor Hugo Hernández também reforçou quão importante é pensar no efeito negativo que as Fake News trazem. “A prática é sempre intencional e afeta gerações, negócios e várias outras categorias como um todo”, reiterou.

Conforme a pesquisa da Massachusetts Institute of Technology (MIT), a probabilidade de as Fake News serem retransmitidas é 70% maior. Isso porque elas são novidade e contêm senso de urgência imposto na maior parte das mensagens, além do tom emocional.

Por que as Fake News invadiram o cenário global?

Segundo a CEO e o consultor, existem vários pontos envolvidos, como interesse econômico, por exemplo. “Cada informação falsa é norteada por um motivo particular. Nas eleições, por exemplo, os candidatos utilizam da ferramenta para criar confusões e acabar confundindo a cabeça dos eleitores e, assim, ganharem vantagem”, reforçou Lilian.

Como Brasil e Uruguai estão vivenciando eleições políticas, a executiva aproveitou para elucidar como as Fake News impactam no cenário eleitoral.

“No Brasil, estamos vivenciando o período de eleições municipais. Entre os candidatos, existem aqueles que utilizam de uma linguagem jovial e persuasiva, mas sabidamente fazem das Fake News um modo operand para projetar conteúdo e ofuscar as outras candidaturas”, acrescenta a CEO. “Com isso, os outros candidatos acabam sendo prejudicados, porque o alcance das Fake News é bem maior. E a Justiça, claro, segue acompanhando.”

Para a especialista, a desinformação ameaça a democracia e, para combatê-la, a educação midiática é uma das formas mais eficazes de formar uma população crítica, que seja capaz de identificar informações falsas.

Alguns dos benefícios da educação midiática são:

●       Maior envolvimento em processos de participação e controle social.

●       Maior entendimento sobre liberdade de expressão e responsabilidade ética dos meios de comunicação.

●       Maior diálogo intercultural, tolerância e diversidade.

●       Incorporação facilitada de tecnologias de comunicação e informação nas escolas.

●       Maior qualidade dos meios de comunicação.

Combate à desinformação

Para o consultor Hernández, uma vez sendo vítima de uma Fake News, seja uma pessoa ou empresa, o ideal é ter bem claro o que verdadeiramente é. “Além disso, construir bons relacionamentos e uma credibilidade sólida, para que eles se permeiem e ofusquem a Fake News”, assegurou.

Lilian expôs um exemplo prático de como o portal Metrópoles combate as Fake News e faz delas uma sugestão de novas pautas, mas totalmente verídicas. Na prática, a executiva afirmou lidar frequentemente com vídeos de histórias que, sim, existiram, mas que foram retiradas de um marco temporal e começam a circular de repente, sem contexto, gerando choque no público.

“A partir do momento em que os veículos se unem e colocam em prática esse tipo de contraposição às Fake News, ganha-se uma projeção do que é fato muito grande, além de ser uma iniciativa bastante saudável e eficiente.”

Lilian Tahan, CEO do portal Metrópoles

“Na prática, nossa equipe certifica se aquilo tem repercussão, publica novamente, mas com o verdadeiro contexto e as devidas informações corretas. Devido à alta tecnologia, quase na mesma velocidade em que as Fake News foram ao ar. A gente consegue ‘pagar com a mesma moeda’”, ressaltou.

E não somente isso. Existe um acordo entre alguns portais de notícias para formarem um consórcio de combate às Fake News, com o programa Comprova, uma ação encabeçada pela Associação de Jornalismo Investigativo (Abraji) do Brasil. “Por meio de um roteiro disponibilizado por eles, conseguimos seguir o passo a passo de identificação de uma Fake News, e também a como combate-la”, pontuou.

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