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Futuro do trabalho: existe um guia para se preparar?

Flexibilidade e propósito estão em alta. E as empresas têm um dilema: o que fazer para cuidar da saúde mental de seus colaboradores?

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1 de 1 Escritorio-computadores-trabalho-trabalhadores - Foto: Luis Alvarez/Getty

A edição de 2022 da Web Summit atingiu a lotação máxima: mais de 71 mil pessoas, provenientes de 160 países. Todos os outros números são grandiosos: são 204 mil metros quadrados (o equivalente a mais de mil quadras de tênis), quase três mil startups inscritas e dois mil jornalistas. No meio de tantas discussões complexas e voltadas a estratos específicos do público, há um assunto que interessa a todos os profissionais, sem exceção: o futuro do trabalho.

Não bastassem os desafios impostos pela pandemia, alguns ainda sendo superados, o voo da segunda década do século 21 apresentará mais turbulências. O cenário de recessão para os próximos anos — tema onipresente na programação — gerará uma forte volatilidade na economia mundial. E, mais uma vez, os líderes de empresas serão postos à prova. Faz parte do receituário da crise: será necessário reduzir custos e reconsiderar o que é prioridade ou não.

Fora o drama de todo momento difícil, está aí uma oportunidade para promover mudanças e avançar. Um dos palcos do evento, o Remote, foca exclusivamente em debates sobre o futuro do trabalho. E ali esteve o COO do LinkedIn, Dan Shapero, que compartilhou insights sobre capital humano com o público.

Propósito, por favor

Segundo o executivo, o alinhamento de valores entre marcas e profissionais ganha cada vez mais relevância no mercado — realidade que fez a rede social lançar há pouco uma nova funcionalidade. “As empresas podem assumir compromissos sobre sua posição em certas questões sociais. E as pessoas procurando emprego poderão buscar todas as vagas de gerente de marketing, por exemplo, em companhias que estejam comprometidas com as mudanças climáticas”, detalha o COO, acrescentando que o propósito é decisivo no atual cenário.

Questionado sobre as tendências para 2023, Dan Shapero apontou duas: flexibilidade e foco nas habilidades. “As pessoas se deram conta de que conseguem trabalhar de qualquer lugar. As companhias continuarão adotando um leque de opções para que os colaboradores consigam integrar melhor seu trabalho e sua vida pessoal”, expressa.

Shapero lembra que, antes, no processo de contratação, era comum perguntar onde o interessado na vaga tinha trabalhado ou estudado. Porém, esses aspectos têm menos importância agora. “Há muitos outros sinais sobre a capacidade das pessoas”, pontua, fazendo referência às soft skills. “As companhias estão percebendo que precisam estabelecer programas para manter seus talentos, porque elas entendem quão valiosos são.”

 

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O emocional pesa — e muito

Analista de capital humano da Brivia, Isabella Frantov está pela primeira vez em Lisboa para acompanhar a programação da Web Summit. E percebeu, tanto nas palestras como nos estandes, uma preocupação crescente das organizações com a saúde mental de seus empregados.

“A retenção de talentos é um dos principais desafios das empresas. Diversos estudos mostram que os profissionais estão se sentindo cada vez mais pressionados, com aumento de casos de burnout, por exemplo”, analisa Isabella. E como atenuar esse cenário? “Os programas de desenvolvimento e os treinamentos são essenciais para engajar, motivar e preparar os colaboradores para lidar com situações adversas”, esclarece.

A analista vê que a tecnologia é uma aliada poderosa da gestão de capital humano. “No evento, há diversas startups apresentando soluções inovadoras para a área. As empresas hoje têm muito mais recursos disponíveis para acompanhar a evolução de cada integrante do seu time e, assim, agir da forma certa e no momento adequado”, afirma.

*O portal Metrópoles está presente na Web Summit 2022, em Portugal. A curadoria da cobertura tem a assinatura da Brivia, com geração de conteúdo da Critério — Resultado em Opinião Pública.

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