Fabio Pinheiro assume MTur com desafio de promover turismo na pandemia
Diretor de marketing de um dos setores mais afetados pela crise sanitária do coronavírus conta um pouco do dia a dia no setor público
atualizado
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O publicitário brasiliense Fabio Pinheiro, de 43 anos, assumiu, recentemente, o posto de diretor de marketing do Ministério do Turismo com o desafio de incentivar e promover as belezas das cinco regiões do Brasil em meio a maior pandemia dos últimos 100 anos. A tarefa não é fácil, mas o que não falta ao profissional é experiência em lidar com as dificuldades na área de comunicação.
As passagens por diversos órgãos do setor público, assim como outras vivências na iniciativa privada, certamente o ajudam a encarar a nova rotina de forma holística. Após passar 10 anos atuando em áreas comerciais de grandes marcas em São Paulo, ele regressou a Brasília há três anos onde começou a carreira em órgãos como o antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e o Ministério da Saúde.
Em 2020 foi convidado para atuar na coordenação digital da área de marketing e eventos do Ministério do Turismo. De lá para cá virou diretor interino e, agora, efetivo. Trata-se de uma área relativamente nova dentro da estrutura da pasta, mas essencial para manter contato constante com os dois principais públicos-alvo: os turistas e as empresas do setor.
Antes da pandemia, Fabio conta que a área era a responsável por estruturar o planejamento anual com os temas e campanhas que seriam abordadas pela pasta em todos os canais. Com a chegada do coronavírus, toda a comunicação se voltou exclusivamente para esta temática. “A primeira grande ação foi em torno da MP 948 (norma que tratava sobre o cancelamento de serviços, reservas e eventos dos setores de turismo em razão do estado de calamidade pública)”, relembra. O foco da área passou a ser, então, a preservação de empregos com a exibição de campanhas informativas sobre as novas regras. Também incentivavam os viajantes a não cancelarem as viagens, mas, sim, remarcarem sem multa para datas futuras.
De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as perdas para o turismo brasileiro já somam mais de R$ 51,5 bilhões em faturamento desde o início da pandemia de Covid-19.
Para prestar mais assistência ao setor, o governo federal aderiu ao portal consumidor.gov.br, plataforma que atua nos mesmos moldes do Reclame Aqui. “Queríamos que as pessoas buscassem a conciliação com prestadores de serviços antes de entrar na Justiça”, lembra o diretor do MTur. A comunicação foi feita em duas etapas: chamamento para cadastrar o setor e aviso à população.
“Com a pandemia, o formato do turismo mudou. As pessoas começaram a buscar locais próximos e hospedagem por menos dias. Muitas viajando nos próprios carros”, recorda Fabio. De acordo com ele, o governo tinha conhecimento desse movimento e, por isso, optou por reforçar os protocolos de segurança, criando o mote da campanha “Redescubra o Brasil com responsabilidade”.
Paralelo a essa mudança de comportamento do turista, Fabio diz que o Ministério trabalhou para difundir entre estabelecimentos como hotéis, restaurantes e agências o Selo Turismo Responsável, criado em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O Brasil foi um dos 10 primeiros países do mundo a adotar um selo de biossegurança”, reforça. Atualmente, mais de 27 mil selos já foram emitidos para empresas do setor de turismo.
Diante do atual momento, com o recrudescimento da pandemia, o diretor de marketing do MTur afirma que a comunicação da pasta optou por continuar trabalhando os mesmos temas do ano passado, com foco na prestação de assistência a viajantes e empresários. Além do reforço da campanha de remarcação das viagens, com novo prazo até 2022, as ações devem focar em qualificar o setor, difundindo os cursos à distância gratuitos que o órgão oferece, fiscalizar parceiros com o reforço do selo.