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Existe vida após o BBB? Saiba como as agências garantem que sim

Especialistas compartilham estratégias e processos para manter a fama fora da casa mais vigiada do país

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Argumentação de Arthur Aguiar no jogo da discórdia do BBB22 chamou a atenção
1 de 1 Argumentação de Arthur Aguiar no jogo da discórdia do BBB22 chamou a atenção - Foto: Reprodução/ TV Globo

Ser eliminado do Big Brother Brasil e deixar de concorrer ao tão sonhado prêmio de R$ 1,5 milhão não é um dos melhores momentos para os participantes. Contudo, o que muita gente esquece é que, do lado de fora da casa mais vigiada do país, os brothers e sisters podem ter grandes oportunidades, seja com campanhas para marcas, seja fazendo parte das empresas, como ocorreu com Juliette Freire, que assumiu a posição de Head de Inovação da Mondial.

O primeiro eliminado do BBB22, Luciano Estevan, por exemplo, disse durante o confinamento que queria ser tão famoso a ponto de as pessoas não deixarem ele comer em paz um lanche do Mc Donald’s, pois estaria muito ocupado tirando fotos com os fãs. Com esse fato, a marca até mudou a biografia do Instagram para “O melhor lugar para os fãs do Luciano do BBB pedirem para tirar uma foto com ele”, o que rendeu bons resultados ao ex-BBB. 

Diante disso, vale questionar quais são as estratégias que as agências estão adotando para antecipar a saída dos participantes do reality show. Na Mynd, especialista em Marketing de Influência, o trabalho é feito de forma que o talento da pessoa possa construir uma carreira perene e dentro do que já é genuinamente dela para ter longevidade fora da casa.

“Não somos ansiosos em querer fechar tudo, mas sim em construir com o ex-participante quais serão os pilares de trabalho pós-BBB. Diferentemente dos influenciadores, os ‘pipocas’ precisam de um acompanhamento para que produzam conteúdos e entendam posicionamentos no mundo das redes sociais com milhões de seguidores”, explica Fátima Pissarra, CEO da Mynd.

Pissarra também afirma que é feito um desenho dessa estratégia de forma a dar suporte para que isso ocorra de maneira natural, buscando marcas que se juntem ao propósito para desenvolver relações mais longas. “A cada ano que passa, estamos conseguindo construir carreiras no pós-reality, como é o caso da Thelma, do Babu e da Elana, que possuem uma ótima aceitação no mercado publicitário”, garante. 

Giovana Mesquita, gerente de PR e especialista em Marketing de Influência no Grupo Rái, explica que o ideal é que a estratégia tenha início antes do participante entrar na casa e lembra que Manu Gavassi foi a primeira a usar as redes sociais de maneira preparatória com uma equipe especializada que criou conteúdos virais no Instagram e no Twitter

“Depois veio a Juliette, que, durante o programa, pelas redes sociais, também conseguiu expor a identidade dela e conquistar a audiência. A pessoa que expõe seu lado mais real e ‘imperfeito’ tem mais chances de gerar identificação, como também pode acabar sendo criticada e cancelada. O ideal é que a agência tenha a narrativa do ‘personagem’ muito bem definida para que, caso seja necessária uma virada positiva de imagem, as ações sejam colocadas em prática com a rapidez que as mídias sociais exigem, com estratégias que envolvem aproximação com o público e diálogo, principalmente”, frisa.

Planejamento

Entender quais são os propósitos dos participantes no reality, faz-se fundamental e o principal ponto do planejamento é ultrapassar o período de super fama e exposição para que cada um possa se desenvolver. As marcas com as quais se associarão também são pensadas entre o período de planejamento e a saída da casa. “O trabalho da Mynd é criar um produto que seja atrativo para o mercado, ensinando o básico, desde como criar um conteúdo de qualidade a outros pontos. Por exemplo, a Thaís Braz saiu da casa com a fama de planta e de que tinha péssima dicção. Em pouco tempo, já estava recebendo uma enxurrada de elogios, inclusive de críticos, como o comentarista Chico Barney”, lembra Pissarra.

Giovana Mesquita cita como exemplo a rapper Karol Conká, uma vez que depois que saiu da casa trabalhou a história dela com muita verdade e profundidade de forma que todos conhecessem os reais motivos para ser quem ela é. “Todo mundo tem uma história de vida interessante, basta alinhar bem a perspectiva que será adotada”, atesta.

Além de ter um planejamento certeiro, a principal premissa deve ter relação com os pilares de posicionamento dos confinados, que devem ser coerentes ao que acreditam, para que o conteúdo traga verdade aos seguidores. “O talento vive uma exposição enorme no BBB e desenvolve um nível de relacionamento e intimidade muito grande com milhares de pessoas. Então é muito importante que essa relação perdure fora da casa. Além disso, temos um processo de seleção de marcas que ajudem o talento a consolidar-se dentro de suas áreas de atuação”, elenca a CEO da Mynd.

Parcerias

Um exemplo de parceria bastante interessante ocorreu com Gilberto Nogueira, da edição de 2021. Gil do Vigor passou a ser Gil da Vigor, empresa de iogurtes. O ex-BBB também fez um filme para o banco Santander que foi negociado antes mesmo dele sair do programa. “Então quando ele estava fora, foi natural o contrato com o banco. Alguns pilares dos talentos já são sólidos dentro do reality, então se tornam naturais quando eles saem”, acrescenta Fátima Pissarra. 

Polêmicas

Como alavancar a carreira de um brother ou sister que teve uma passagem polêmica dentro da casa? Para responder a esse questionamento, tudo dependerá do nível do fato. “Estressar, gritar com colegas de confinamento ou ficar ansioso pode gerar polêmica no momento. Entretanto, isso não ataca diretamente a imagem da pessoa se a confusão ficou dentro do nível da normalidade. O que acaba acarretando problemas maiores é quando essas polêmicas envolvem racismo, homofobia e outras questões que são graves. Isso, com certeza, irá ferir diretamente os contratos pós-BBB”, alerta Pissarra.

Giovana Mesquita concorda: “com certeza, são estímulos diferentes que podem expor outros interesses e reações dos participantes. É nesse momento que as marcas e equipes de social media devem ficar de olho para identificarem oportunidades de conteúdo”.

A especialista também certifica que reconhecer o erro é importante, porque redenção gera identificação de audiência. Ninguém é só bom ou ruim, mas a sociedade define heróis e vilões por um recorte muito específico dentro de um reality show. “Quando o brother ou a sister sai da casa, abre-se um outro espaço para argumentação e revelação de outros recortes dessa personalidade, que devem ser feitos principalmente por meio de diálogo”, complementa.

Eliminados

Dados monitorados pela Knewin Social entre 2 e 9 de março mostram que foram mais de 2 milhões de tuítes com os nomes dos eliminados do programa até agora. Larissa teve, no total, 24.159, enquanto que Tiago Abravanel apresentou 20.361, seguido de Rodrigo (14.099), Maria (10.067), Bárbara (7.780), Naiara Azevedo (8.031) e Luciano (1.013).

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