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Especialistas opinam sobre o GPT-4o: “ganho de tempo em pesquisas”

Novidade tem entre os objetivos combinar textos, áudios e até imagens, aumentando a interação com o robô

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Especialistas comentam sobre GPT- 4o ganho de tempo em pesquisas – Metrópoles
1 de 1 Especialistas comentam sobre GPT- 4o ganho de tempo em pesquisas – Metrópoles - Foto: Teera Konakan/Getty Images

Lançado nesta semana pela OpenAI, o GPT-4o tem como objetivo melhorar a experiência na plataforma. A promessa da atualização é de que será possível mostrar objetos ao robô e obter respostas como se estivesse conversando com uma pessoa.

Na prática, o novo modelo de inteligência artificial viabilizará interações que englobam o envio de textos, áudios e até imagens, sendo possível que o robô faça a descrição desses itens de forma rápida — por isso a letra “o”, que vem de omni, que significa “tudo”. O modelo foi lançado para suceder o GPT 4, lançado no ano passado.

Para se ter uma ideia do novo modelo de linguagem, em uma publicação no X (antigo Twitter), por exemplo, a OpenAI mostrou uma pessoa conversando com o robô. No vídeo, é possível ver que o homem pede uma opinião para o GPT -4o para que analise a roupa que usará para uma entrevista de emprego.

Diante desse cenário e para entender como esse lançamento impacta o mundo da comunicação, o Metrópoles entrevistou alguns especialistas da área.

De acordo com Paulo Henrique Lima, engenheiro de dados na DataSavvy, consultoria em tecnologia, o brainstorming terá muito mais qualidade, sendo possível fazer uma reunião de criatividade com profissionais renomados.

“Imagine criar um novo produto com o auxílio de Alexander Graham Bell e Steve Jobs juntos discutindo sobre projetos. A OpenAI tem melhorado os tokens de treinamento separando as especialidades. Com isso, temos assistentes cada vez mais eficazes na temática que buscamos”, explica o perito forense digital.

Mahara Scholz, head de receita da Octadesk, plataforma de atendimento, acredita que o impacto não se limita mais apenas aos canais conversacionais. “Agora, isso faz com que a gente consiga aproveitar ainda mais outros formatos de interação, como o canal de voz, conseguindo interpretar sentimentos — aqui, em termos de análise, de sentimento das pessoas, vai ajudar a trazer uma comunicação muito mais assertiva”, frisa.

Ainda de acordo com Scholz, essa interação entre humanos e IA começa a vir mais para o mundo off-line também, o que fortalece o relacionamento entre eles. Para ela, esse lançamento representa mais um passo em direção à democratização da tecnologia, acelerando o progresso na integração entre humanos e máquinas.

Prós e contras

Na avaliação de Paulo Henrique Lima, o ponto positivo é o ganho de tempo em pesquisas e brainstorming com personagens que marcaram o assunto que pretendem discutir. “Com o ganho da voz e imagem, você pode oferecer um rascunho e pedir avaliação de um especialista e depois apresentar ao colega do lado”, garante.

Segundo Rodrigo Roccasecca, COO da agência bauc.ag, os prós principais são tempo de resposta e consistência com base em contexto de dados e compreensão de todos os tipos de conteúdos.

“Isso vai ampliar o potencial de geração de dados e fluidez na devolutiva. Eu fiquei pensando no quanto conseguimos ampliar a acessibilidade digital com base nas respostas de áudio e compreensão. Dessa forma, vamos atingir não só profissionais como também podemos gerar soluções focadas em pessoas com algum tipo de deficiência, e também trazê-las para o mesmo ambiente com uma imersão bastante personalizada.”

Rodrigo Roccasecca, COO da agência bauc.ag

Ainda de acordo com o executivo, o ponto negativo não vem da plataforma em si, mas de como os contratantes e decisores de compra que começarão a demandar mais dos profissionais de marketing, uma vez que agora tudo está mais acessível e disponível para todo tipo de usuário.

“O que provavelmente começará a ser um diferencial é ofertar mais em menos tempo, obviamente com um crivo de qualidade, estruturas e objetivos. Garantindo assim otimizações de processos mais mecânicos e repetitivos, por exemplo, e claro, a abertura para tempo real e agentes de IA”, explica.

Roberta Savattero, diretora de marketing da fintech Clara, acredita que, como toda nova ferramenta, os profissionais de comunicação deverão passar por uma curva de aprendizagem para extrair o melhor dela.

E como ponto negativo pode-se destacar o mau uso, tanto de pessoas que estão só querendo terceirizar de forma completa o trabalho quanto as que estão sendo levadas por má informação disseminada pela plataforma ainda em aprendizado.

“Outro ponto é que, sem uma boa curadoria humana, pensada por um time de marketing muito conectado a seu público, o conteúdo corre o risco de ficar genérico e ter pouca relevância. Por isso, o profissional de marketing deve ser capaz de dar bons direcionamentos e realmente ‘brifar’ o ChatGPT.  Também como ponto negativo, podemos mencionar o mau uso da tecnologia de forma bem intencionada ou má intencionada.”

Roberta Savattero, diretora de marketing da fintech Clara

Head de receita na Octadesk, Mahara Sholz ressalta que muitos profissionais ainda não utilizam a IA no dia a dia ou não sabem como usá-la. “Então acho que ainda tem bastante coisa para acontecer e o nosso principal papel para se manter antenado e dentro do mercado é começar a realmente se inteirar. Agora temos um novo formato para entender e acredito que neste momento vamos ter que olhar para isso como novo modelo de negócio e de jornada.”

Projeção

Especialistas acreditam que a criatividade humana para a inovação ainda é necessária e se algo muito diferente for perguntado ao ChatGPT e ele não possuir o token daquela resposta específica, será fornecida informações imprecisas. “Por isso, é fundamental checar sempre o resultado antes de incorporá-lo a um trabalho, por exemplo”, reforça o engenheiro de dados na DataSavvy.

“Tendemos a negar tudo que é novo, em vez de nos abrirmos e encararmos os problemas de frente. Só vamos evoluir quando estivermos dispostos a discutir e resolver os problemas que o GPT traz para a sociedade, do modelo como as crianças aprendem na escola até os formatos de trabalho”, pondera Roberta Savattero, diretora de marketing da Clara.

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