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É possível mensurar o impacto da influência? 

A jornalista Michele Barcena mostra o poder dos influenciadores digitais como estratégia de marketing para este ano

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Influencer digital – Metrópoles (1)
1 de 1 Influencer digital – Metrópoles (1) - Foto: Phiromya Intawongpan/Getty Images

Cada vez mais em evidência, o marketing de influência como uma abordagem de comunicação, tem como objetivo conectar marcas e empresas aos influenciadores  e claro, ao seu público de interesse. Também chamados de produtores de conteúdo, esses profissionais, como o próprio nome já diz, contam com um público que confia e engaja com o conteúdo produzido.

De acordo com dados da Influencer Marketing Hub, o investimento, de maneira global, em marketing de influência cresceu de US$ 1,7 bilhão para US$ 13,8 bilhões entre 2016 e 2021, com números crescentes em 2022.

Para se ter um parâmetro melhor do Brasil, a Nielsen realizou uma pesquisa demonstrando que nosso país é um dos líderes no mercado de influência, possuindo cerca 10,5 milhões de influenciadores no Instagram, outros milhões no TikTok e um número expressivo de criadores de conteúdo no LinkedIn.

O marketing de influência é considerado uma alternativa mais acessível. Apesar da desaceleração econômica e dos orçamentos de marketing reduzidos, acredita-se que as marcas investirão mais em suas parcerias com influenciadores para reduzir seus custos gerais de marketing em 2023. Isso se deve ao fato de que o conteúdo do influenciador é a forma mais barata de divulgação atualmente, além de entregar resultados melhores do que os de anúncios tradicionais.

As empresas já entenderam que utilizar a imagem de influenciadores pode gerar benefícios, melhorar o relacionamento com o público de interesse e agregar valor à marca. Mas como ter assertividade em ações de marketing de influência? É possível compreender, metrificar e analisar o impacto de uma ação de influência? Quais canais utilizar?

Os influenciadores se dividem em: nano, micro, macro e mega. Quanto maior o alcance, ou seja, quanto mais seguidores o influenciador tem, menor as chances de definição de nicho. Quanto menor, mais possibilidade de encontrar seu público específico. Nano influenciadores, apesar da pouca quantidade de seguidores, por exemplo, costumam ter um relacionamento próximo à sua comunidade, o que aumenta o sentimento de confiança e o poder de convencimento perante a sua audiência. Eles costumam ter uma legião de fãs muito fiéis. Muitas empresas têm optado por essa estratégia que, além de mais acessível economicamente, possibilita abrir diálogos com públicos específicos de maneira mais rápida e assertiva.

Outro ponto que deve ser levado em consideração em uma estratégia de marketing de influência é o canal a ser escolhido. Além dos exponenciais TikTok, YouTube e Instagram, o LinkedIn é uma rede social que vem sendo cada vez mais utilizada para ações com criadores de conteúdo, em razão do poder da reputação.

O Linkedin, plataforma mais utilizada de maneira corporativa, transformou-se em um verdadeiro reduto de conteúdos direcionados a assuntos relativos à carreira e ao mercado de trabalho. Nesse sentido, surgiram inúmeros ‘criadores’ com milhares de seguidores ávidos por conteúdos que geram valor. É possível perceber a força crescente da influência de profissionais, empreendedores e executivos como porta-vozes das empresas dentro dessa rede.

Nesse contexto, diversas companhias estão apostando cada vez mais no preparo e posicionamento de seus profissionais, em especial os chamados C-Levels, como propagadores de seus ideais corporativos. Eles são canais de informação e geram conteúdo relevante, influenciado cada vez mais pessoas, que têm neles uma verdadeira inspiração de carreira e negócios.

Isso, além de gerar muito engajamento, traz consigo um reforço de branding para as empresas, provando que, sim, existe estratégia B2B que contemple também influenciadores e porta-vozes das marcas no cenário corporativo. É um excelente canal para construção e fortalecimento de imagem, autoridade e reputação.

Foram muitas mudanças e evoluções em relação aos influenciadores digitais até aqui. Mas esse mercado continua em franca expansão e crescimento. Para 2023, alguns movimentos já são vistos e esperados. Saiba quais são as principais tendências e como potencializá-las na prática:

Conteúdos orgânicos e de verdade

Quanto mais de verdade for a vivência do influenciador e o que ele mostra por meio dos stories e de outras transmissões, maior o engajamento e a identificação do público. A era ostentação definitivamente ficou para trás. O público não busca mais vidas inalcançáveis e sim cotidianos reais. Influenciadores que compartilham a vida em formato “reality show” são a tendência do momento.

Menos publi e mais conexão real com a marca

Esqueça os formatos tradicionais de publi inseridos em stories de maneira interruptiva. O público quer entender se o influenciador tem contato real com aquele produto ou serviço. Ou seja, aposte em inserções naturais, que caibam, de fato, no cotidiano daquele criador. Posts mecânicos e frios perderam a credibilidade. A originalidade e a autenticidade ganharam lugares cativos nesse ecossistema.

Liberdade aos criadores de conteúdo

Mais do que influenciar, hoje esses profissionais chamados de ‘creators’ apoiam as empresas e marcas na criação de conteúdos relevantes e criativos. Se antes era necessário elaborar briefings super específicos, hoje esse costume ficou para trás. Quanto mais livre os criadores estiverem, mais eles poderão se comunicar de forma autêntica com a sua audiência.

Humanização e conexão

Redes sociais são feitas de humanos para humanos, assim como a comunicação em sua essência mais visceral. Pessoas reais se conectam com pessoas reais. Quanto mais perto o influenciador estiver de ser uma pessoa “de verdade” maior o seu poder de gerar admiração. Não esqueça: sua marca precisa ter uma representação humana para gerar conexão. Além disso, é importante gerar identificação, desejo e inspirar o público para que eles queiram consumir e indicar seu produto ou serviço.

Geração de networking em eventos

Como gerar valor em suas relações? Cada vez mais os eventos promovem ações de relacionamento, o chamado networking, entre os participantes. Claro que os conteúdos apresentados por palestrantes e speakers em eventos têm grande importância e continuam sendo um forte atrativo para os realizadores, patrocinadores e público, mas as conexões que são geradas nesse tipo de ambiente podem ser transformadoras.

Michele Barcena é jornalista e possui MBA em Marketing Digital. É CEO da agência de PR Bendita Imagem e mentora no Hub de Inovação Distrito

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