Não sei quanto a vocês, mas se me pedissem pra imaginar um membro do Conselho de um banco com valor estimado de US$ 30 bilhões e mais de 40 milhões de clientes, a imagem, provavelmente, seria de um senhor engravatado que estudou em uma grande universidade americana. E não a Anitta.

A decisão do Nubank de incluir a cantora como membro ativo, participando da construção das estratégias segue uma tendência de mercado que vem crescendo muito nos últimos anos. Os famosos não só divulgam, mas auxiliam na criação e no posicionamento dos produtos.

Mas, por que a Anitta? Porque ela entende e conhece muito bem o público para o qual o banco quer crescer. O Nubank quer ampliar a atuação nas classes C e D, além de expandir os negócios para outros países da América Latina.

O que provavelmente não é o chão do senhor engravatado. Já a moça vem estudando, atuando e obtendo sucesso nesses mercados com números impressionantes, como as seis indicações ao Grammy Latino e o reconhecimento da Billboard.

Há muito tempo não temos um artista brasileiro com tamanha projeção internacional — e não pensem que foi somente a voz aliada ao bumbum rebolativo que garantiram a posição de destaque da artista. Ela mesma empresaria a própria carreira, fala fluentemente inglês e espanhol, além de estudar italiano e francês.

Entretanto, o maior trunfo de Anitta é o foco em marketing, analisando cuidadosamente o público-alvo e planejando as ações de forma certeira para engajar a audiência. Essa expertise vale ouro para qualquer empresa, ainda mais para um banco com planos ousados de crescimento.

Agora, se você não gosta das músicas dela, é outra história… Provavelmente o senhor engravatado também não admitiria isso.

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Carolina Rodrigues é consultora de empresas da Merithu Consultoria. Tem 10 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais.