Dia do consumidor, a Black Friday do primeiro semestre
Como analisar conversas com clientes pode ter ajudado a criar estratégias vencedoras para a data, explica Leonardo Rios, CSO da Knewin
atualizado
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O Dia do Consumidor, oficialmente comemorado no último dia 15 de março, se tornou uma das principais datas para grande parte do varejo. Empresas de diversos segmentos e tamanhos já o incluíram em seus calendários, criando ações, campanhas e promoções especiais para a ocasião. Mas, sendo uma data com nenhum apelo emocional – como o sucesso que é o Dia das Mães ou Natal, por exemplo – surgem dúvidas dos especialistas em marketing e vendas na hora de planejar a melhor estratégia de comunicação para a data.
Posso afirmar, baseado em dados, que o Dia do Consumidor está para o primeiro semestre, assim como a Black Friday está para o segundo. Para se ter uma ideia do que estou falando, segundo dados do relatório Webshoppers da Ebit Nielsen, em 2021 o e-commerce atingiu o maior patamar histórico de vendas, totalizando mais de 53 bi, representando 31% de crescimento em relação ao mesmo semestre do ano anterior.
Este ano não foi diferente: segundo dados do indicador MCC-ENET, uma parceria entre a Companhia Compre & Confie e a Câmara Brasileira da Economia Digital, o mercado digital cresceu 20,56% em janeiro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado. Isso demonstra um constante crescimento do e-commerce no Brasil.
O cenário econômico atual, impactado principalmente pela pandemia, levou à inflação e, consequentemente, à alta dos preços. No Brasil, as crises econômicas e a alta taxa de desemprego colocam os consumidores em alerta e os varejistas em uma prova de fogo: como vender diante de um contexto repleto de variáveis?
Segundo a análise que produzimos aqui na Knewin com as nossas metodologias e ferramentas proprietárias, entre os mais de 79.000 tweets recolhidos nos primeiros 21 dias de março e que mencionaram a data, às palavras “promoção”, “promoções”, “oferta” e “ofertas” aparecem em 22,19%, seguidos das conversas que mencionam “cupom” ou “cupons” (14,46%). Quem não ouviu e não entendeu que preço era fator determinante na preferência dos consumidores pode ter perdido grandes oportunidades.
No mesmo levantamento, o time da Knewin verificou quais foram as marcas ou empresas mais mencionadas. Curiosamente, as cinco primeiras eram marketplaces: Amazon (19,63%), Shopee (14,59%), Americanas (2,83%), Submarino (2,58%) e Magazine Luiza (0,76%).
Além dos investimentos realizados em ações de comunicação, essas empresas são conhecidas pelas estratégias de preços mais agressivas, com melhores descontos e negociações com fornecedores. Isso somado ao grande portfólio de vendedores em um único lugar, o que gera uma competição natural entre os mesmos.
O Dia do Consumidor está, a cada ano, conquistando seu espaço também no planejamento das famílias. Mais do que nunca, é preciso ter um olhar cuidadoso para o comportamento dos consumidores, entender suas expectativas e trabalhar para atendê-las com uma estratégia antecipada. Essa atenção faz com que a empresa seja inovadora e, acima de tudo, encante e engaje seus clientes oferecendo o que de fato importa em um momento repleto de desafios econômicos e sociais em que vivemos.
Leonardo Rios ocupa o cargo de CSO (Chief Sales Officer) na Knewin, referência em monitoramento e análise de mídia espontânea no Brasil e na América Latina. Mais de 15 anos de experiência em vendas de TI e comunicação. Mestre em Sistemas de Informação pela UFRGS e MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral.