Desmistificando o avanço da IA nas agências de comunicação
Renata Victal, sócia fundadora da Bixcoito Digital, diz que a magia acontece quando humanos e a IA se unem
atualizado
Compartilhar notícia
A inovação é incontestável e não pode ser parada. E isso, em todas as áreas. Temos assistido o avanço da inteligência artificial (IA) “roubando” empregos e atingindo o cerne de muitas agências de comunicação. Mas será que estamos mesmo perdendo essa batalha para as máquinas?
Considero esse um questionamento natural. Afinal, qual será o papel humano em meio à crescente influência da IA. Nas agências, onde a criatividade e a empatia são essenciais, observamos imagens incríveis sendo criadas em segundos sem qualquer ajuda de designers e textos complexos, sobre os mais variados temas, sendo escritos sem a pesquisa ou expertise de nenhum jornalista. Ora, para que servimos, então? Deveríamos temer o avanço da IA?
Para todas as perguntas que fiz acima, minha resposta é única: Não! Nós não estamos perdendo batalha alguma para máquinas e não devemos temer o avanço da IA.
Penso na tecnologia como uma nova colaboradora da minha agência, por exemplo, mas jamais substituta de uma pessoa. As máquinas podem e devem processar dados e realizar tarefas repetitivas, liberando os profissionais de comunicação para focar em atividades criativas e estratégicas.
Acredito que a verdadeira magia acontece quando humanos e IA se unem, criando soluções inovadoras e personalizadas para os clientes. E, independente do tamanho da agência, todas podem se beneficiar enormemente da IA ao automatizar processos, analisar grandes volumes de dados e oferecer insights valiosos. Isso não apenas economiza tempo, mas também melhora a precisão das estratégias de comunicação. Profissionais podem se concentrar em interpretar esses dados e transformá-los em campanhas significativas.
Se tem algo de diferencial no ser humano é a criatividade. A IA pode gerar ideias baseadas em dados, mas a capacidade de criar uma narrativa envolvente, entender as nuances da cultura e capturar emoções complexas são talentos humanos inigualáveis. Para mim, as agências continuam sendo os catalisadores de inovação e originalidade.
Embora chatbots e assistentes virtuais possam fornecer respostas automáticas, que odiamos na maioria dos casos, a verdadeira conexão emocional ocorre quando há um toque humano. E não há aqui um leitor deste texto que não tenha tido uma experiência horrível com chatbots. Eles são incríveis, mas não servem para tudo, não resolvem tudo, não entendem a nossa alma e as nossas emoções e necessidades.
A rápida evolução da tecnologia requer profissionais de comunicação que estejam dispostos a aprender continuamente. Você, por exemplo, tem estudado sobre IA? Já fez algum curso? Como sua agência está atuando?
Você tem investido em programas de treinamento para capacitar suas equipes a utilizar efetivamente as ferramentas de IA disponíveis?
O conhecimento é a chave para transformar a incerteza em oportunidade. Em vez de temer o avanço da IA, as agências de comunicação devem abraçá-lo como um catalisador para a inovação.
Ao integrar a inteligência artificial de maneira estratégica, podemos liberar o potencial criativo dos nossos profissionais. Para mim, a verdadeira revolução ocorre quando humanos e máquinas colaboram, criando um futuro onde a comunicação é mais inteligente, eficaz e, acima de tudo, humana.
Formada em jornalismo pela PUC-RJ há 23 anos e pós-graduada em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas na USP, Renata Victal acumula experiência em Comunicação Empresarial, mídias digitais e jornalismo impresso e on-line. Há um ano fundou a Bixcoito Digital, agência de PR e Digital, e vem ajudando empresas e profissionais liberais e construírem suas marcas e reputações.