Creator Economy e a revolução das mediatechs
Leo Soltz é CEO da One Big Media e trata do quanto esse ecossistema está ganhando investimentos de empresas de todos os segmentos
atualizado
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Frágil, ansioso, não linear e incompreensível, esse é o mundo BANI, uma era que estamos vivendo em que quase nada é previsível e a única constante é a mudança. E se vivemos a era da imprevisibilidade e do caos, o que podemos dizer sobre a cultura digital e a Creator Economy?
Em uma análise mais profunda é difícil entender as diversas mudanças e reações do mercado nos últimos 5 ou 10 anos. Com a pandemia, essas mudanças se aceleraram ainda mais. A Creator Economy já transaciona cerca de US$ 108 bilhões por ano em um mercado em que tudo se transforma e se mistura, o tempo todo. E qualquer afirmação categórica pode ser perigosa.
As plataformas e a lógica algorítmica evoluem com velocidade, impondo diversos desafios aos produtores de conteúdo. Segundo a última pesquisa da Youpix sobre creators e negócios, a dependência algorítmica é um problema que a Creator Economy brasileira ainda não conseguiu resolver.
Quem trabalha com as plataformas precisa seguir o jogo imposto pelos grandes players que não deixam claro quais são as regras e quando irão mudá-las. Se analisarmos as eras da Creator Economy, vamos perceber que no início o objetivo era criar um ambiente criativo. Depois, na era da engenharia, o foco se tornou avançar em desenvolvimento tecnológico, focando menos nas pessoas que produzem conteúdo e mais nos algoritmos. Agora, começamos uma terceira era onde começam a surgir novas ferramentas, onde há mais democratização e o creator está no centro da estratégia.
Essa valorização dos criadores de conteúdo demonstra que eles influenciam essas mudanças de consumo e que não se aproximar dessa nova realidade é perder espaço no mercado.
A Globo é um grande case, uma das maiores TVs do mundo e a maior empresa de comunicação do Brasil teve dificuldade de virar o barco para a área digital. A empresa demorou para entender o momento de chegada com as mediatechs, mas depois das mudanças feitas se tornou uma das maiores do Brasil. A empresa não vende só mídia no seu canal de TV e, assim como outras grandes marcas, trouxe para o conglomerado grandes produtores de conteúdo.
Até empresas de outros segmentos passaram a comprar canais e se tornaram também suas próprias mediatechs para se aproximar da audiência. A Pátria investiu R$ 75 milhões na StartSe. A Locaweb entrou no mercado de marketing de influência com a compra da Squid. Enquanto a Magalu comprou 21 empresas, entre elas os canais de conteúdo Canaltech, Steal the Look e Jovem Nerd, e a In.loco media (publicidade digital).
Podemos perceber que a Magalu está construindo um grande epicentro de informações dentro da sua estrutura, se tornando um grande player de quase todos os mercados, vendas, logística, tecnologia e interagindo e adquirindo para ter o público.
Anunciar e gerar conversa com quem realmente importa, nunca fez tanto sentido. Tem uma frase que eu gosto muito que foi dita pelo Gian Martinez, CEO e cofundador da plataforma de inteligência em conteúdo on-line Winnin, durante o Youpix Summit: “As marcas que não se tornarem criadoras de conteúdo vão competir com criadores de conteúdo que se transformarão em marcas”.
Mas se no mundo BANI fica difícil prever o que virá, com o que podemos contar? Tem muita novidade chegando para modificar significativamente a forma como a Creator Economy está sendo construída. Mas uma coisa é certa, o creator será visto em primeiro lugar e como o centro das estratégias.
E você, o que tem feito para surfar na Creator Economy?
Leo Soltz é CEO da One Big Media, mediatech especializada em desenvolver e impulsionar creators por meio de modelo de sociedade com os canais. Bacharel em Administração de Empresas com extensão em Comércio Exterior e especialização em Marketing, Franchising e Estudos de Políticas Públicas, foi sócio e diretor de empresas de comunicação por 20 anos.