Consumidores querem ser representados pelas marcas, diz especialista

Para que uma determinada marca consiga atingir um público-alvo é necessário conhecê-lo a fundo. Além disso, alinhar os propósitos de uma empresa ao consumidor e estar atento às atualizações das plataformas digitais são o ponto de partida para tornar uma marca mais conhecida e com propósito.

Dessa forma, no período de pandemia, muitas empresas tiveram de se reinventar para continuarem a ter resultados, bem como a adaptar a comunicação com o consumidor, assim como entender o foco dele junto à marca. No período pós-pandêmico, as marcas também precisaram continuar atentas às demandas e necessidades do cliente, bem como entender os padrões de consumo e novas formas de atendimento.

Diante dessas perspectivas, para entender sobre como as marcas, o marketing e os consumidores devem se comportar em 2023, o Metrópoles entevistou Edson Nascimento, o Pepê. O executivo é proprietário da PaxMídia, empresa de planejamento de mídia OOH que trabalha em todo o mercado nacional. Confira a entrevista na íntegra:

Como as marcas devem se comportar em 2023?

Com a retomada que já está acontecendo neste 2º semestre, vejo um 2023 muito promissor, apesar de termos nossos problemas internos como política/economia e também as consequências da guerra Rússia X Ucrânia. Porém, por consequência da pandemia, as marcas de um modo geral, estão intensificando o uso de canais digitais, não só na Internet como também nas redes sociais com influenciadores que atingem diretamente os jovens que consomem muito este canal de informação.

Quais serão as principais tendências desse comportamento?

 Para a mídia OOH, é a volta maciça das pessoas na rua, trabalhando, utilizando o transporte público, voltando ao lazer e também viajando. O que tenho visto, de um modo geral, é que a tendência será buscar além da tecnologia, uma comunicação mais sustentável, humanizada e voltada a saúde e ao bem estar.

Quais serão as tendências do marketing das marcas no próximo ano?

Cada marca terá que avaliar nossa economia para traçar o caminho a ser seguido, mas a tendência é que busquem focar a comunicação em questões ambientais e causas sociais, que hoje de um modo geral, é o que está mais ligado a essa mudança de comportamento das novas gerações.

O senhor acredita que as marcas continuarão a investir em mídia off-line? Por quê?

A mídia off-line cresceu muito nesses dois anos em razão, principalmente da pandemia. As alternativas de mídia ficaram por conta do off-line e das TVs aberta e fechada, além de aumentarem mais ainda seu share na verba publicitária, Dessa forma, devem continuar.

Nesse período e principalmente em 2020, o OOH praticamente não existiu, não havia sentido estar presente na rua, todos estávamos em casa.

O senhor acha que os influenciadores digitais estarão cada vez mais presentes na divulgação das marcas no próximo ano? Por quê?

Sim. Com certeza. A pandemia e as mídias digitais ficaram ainda mais evidentes e os influenciadores digitais passaram a ter mais evidência e a serem procurados pelas grandes marcas para promover seus produtos.

O que as marcas podem esperar do marketing para 2023?

Não só para 2023, mas o que venho notando é que já no segundo semestre deste ano com a volta dos grandes shows, feiras e eventos, já estamos vendo a presença maciça de grandes marcas, inclusive na mídia OOH.

No que as marcas devem focar no próximo ano?

As grandes marcas já estão percebendo que os consumidores estão muito voltados aos cuidados com o meio ambiente e a causas sociais. Com isso, estão buscando focar em um tipo de negócio como, por exemplo, linkar suas marcas a influenciadores que produzem conteúdos que defendem essas causas da diversidade (etária, sexual, racial, ambiental) e que tem milhões de seguidores para atrair os consumidores.

O que os consumidores esperam das marcas em 2023?

Cada vez mais, os consumidores esperam se identificar com as marcas. Eles querem se ver representados em todas as causas sociais. Isso é o que mais vemos hoje.