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“Consumidor precisa estar no centro do planejamento”, diz VP da Africa

Há seis meses no cargo, Aga Porada conversou com o Metrópoles sobre a experiência na agência, transformação digital e tendências de mídia

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Agência Africa/Divulgação
Aga Porada
1 de 1 Aga Porada - Foto: Agência Africa/Divulgação

“Eu gosto de mudanças, defendo desafios, aventuras e adoro gente feliz”, crava Aga Porada, vice-presidente de mídia, dados e performance há seis meses na Africa, agência de publicidade fundada em dezembro de 2002 e que está entre as maiores do país. A polonesa, radicada no Brasil, já tem vários cargos de liderança no currículo em empresas como a Wieden+Kennedy, AKQA e DPZ&T, além de passagens pela ZenithOptimedia, i-Level e Isobar Global.

Durante a trajetória profissional, a executiva trabalhou com clientes de renome como Vivo, Natura, Itaú, Coca-Cola, Uber, Facebook, Reckitt Benckiser, Nike, JP Morgan, Google, Netflix, Toyota, Tim, Mastercard, Red Bull e Samsung.

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, Aga aborda as novas tendências de mídia, bem como a transformação digital que mudou os investimentos em e-commerce e nos canais digitais. A VP destaca, ainda, que o profissional de mídia precisa se adaptar ao novo formato de trabalho, assim como entender os novos desafios.

Por que aceitou o convite para ser a vice-presidente da agência Africa?

Quando os presidentes da Africa me convidaram, vi uma oportunidade de liderança. Eu gosto de desafios e de mudanças e, a cada dia, quero algo diferente. Gosto de aventura e de ver gente feliz. Eu estava morando em Londres. Cheguei aqui há nove anos e já acumulo mais de 16 trabalhando com mídia. Iniciei minha carreira no Canadá, mas aqui no Brasil aprendi todas as formalidades mais comerciais. Eu gosto bastante de mídia, nunca quis parar de trabalhar com isso.

Desde abril como VP de mídia da Africa, quais diferenciais já foram implementados na agência?

Fizemos algumas mudanças como separar o departamento de Mídia e de BI em subgrupos. O primeiro ficou a cargo de pessoas dedicadas como as do Atendimento e Planejamento, que trabalham diretamente com os clientes. Temos também o grupo do Madagascar, que é o núcleo de implementação e otimização das campanhas, que traz novidades para a agência como um todo em termos de canal, formato, linguagem e interlocução, assim como disciplina por vídeo e mídia gráfica digital. Por fim, temos um núcleo que cuida da implementação e otimização das campanhas, que trazem todo tipo de novidade para a Africa quando se tem novas plataformas, por exemplo. Vamos corrigindo a atuação de acordo com o feedback que recebemos dos nossos clientes. O mercado está evoluindo, então a gente também precisa acompanhá-lo.

Quais transformações a pandemia provocou na área de estratégias de mídia?

A maior delas com certeza foi o home office, que fez com que acelerasse a transformação digital de todos. Antigamente, não tínhamos planos de e-commerce para serem priorizados em termos de atendimento ao cliente. Tudo virou digital. O que refletiu em mudanças em termos de investimento de mídia.

O número de anunciantes investindo nos canais digitais no primeiro semestre de 2021 cresceu 57%, de acordo com o estudo Digital AdSpend. Isso só nos canais digitais. Na sua opinião, falta um olhar para o todo e nos investimentos em estratégias diversificadas para campanhas?

Eu acho que a gente sempre tem esse reflexo de que o consumidor precisa estar no centro do planejamento. Dessa forma, precisamos observar como ele evolui. O nosso papel como agência é mostrar que precisamos ir atrás do consumidor, pois ele tem momentos diferentes de consumo, usa canais diferentes para olhar coisas distintas. Comunicação nas redes sociais pode ser mais individualista, mas também mais informativa.

Outra recente pesquisa da Kantar Ibope Media mostrou que comerciais nas rádios atrai a atenção de 50% dos ouvintes e que, dos quase 5 mil anunciantes, 2.593 anunciaram pela primeira vez no primeiro semestre de 2021. Esses dados reforçam que o rádio é um meio que vale a pena ser explorado?

O consumo de rádio é muito diferente por praça e também é bastante regionalizado. O público executivo, por exemplo, escuta bastante. Vai depender de cada região e do público que queremos atingir. Temos também o boom dos podcasts, que é um rádio em formato um pouco diferente, mas continua sendo áudio. Ainda é um meio que pode ser explorado, eu acho que tudo não para de se transformar, principalmente os jornais. Hoje em dia temos a guerra da credibilidade, as pessoas procuram sim fontes confiáveis.

Como a mídia pode se reinventar na estratégia data driven considerando o fim dos cookies e a LGPD?

A mídia é uma disciplina que evoluiu. Antigamente vimos bastante que o profissional dessa área precisava ser um bom negociador e, hoje em dia, ele precisa ser muito mais estrategista de negócios por meio das soluções de mídia. Com isso, eu quero dizer que o que acaba sendo mais importante é entender o negócio primeiramente. Agora com o fim dos cookies, a gente vê cada vez mais as audiências proprietárias estruturadas e uma organização por parte dos anunciantes para usar essas segmentações a seu favor.

Em 2020, você foi indicada ao prêmio Caboré na categoria profissional de mídia? O que isso representou?

Foi uma surpresa. Comecei a receber mensagens no WhatsApp sem saber do que se tratava. As pessoas me parabenizavam, mas eu não sabia o porquê. Fiquei muito feliz, porque com essa indicação tive um período mágico e significativo. Eu não tinha expectativa de ganhar, o fato de eu ter sido indicada já me senti vitoriosa. Sinto que estou fazendo a coisa certa.

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