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Como as marcas podem aproveitar o Threads e se destacarem?

Lançado pela Meta, o Theards se assemelha ao Twitter e pode ser uma excelente alternativa para marcas que querem ter ainda mais visibilidade

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1 de 1 Threads – Metrópoles - Foto: NurPhoto / Colaborador/Getty Images

Lançado na semana passada pela Meta, empresa de Mark Zuckerberg, o Threads já bateu mais de 100 milhões de usuários. A nova rede social, que chega para concorrer com o Twitter, de Elon Musk, permite postagens com até 500 caracteres, além de vídeos de até cinco minutos. Embaladas nessa esteira, as marcas podem ter excelentes oportunidades de se destacarem, tendo em vista que a rede social teve alcance avassalador já nos primeiros dias.

Por isso, especialistas garantem que marcas devem experimentar a nova rede social sem medo e com ousadia, desde que conheçam o público que se deseja atingir. De acordo com Deborah Xavier, head of social and creators no Brasil da agência Media.Monks, o Threads é uma base fora do comum para as marcas estarem próximas dos consumidores. Segundo a especialista, essa será uma oportunidade de experimentação, criação, cocriação e inovação. 

As marcas precisam entender como funciona a forma de comunicação dessa rede social, aproveitar as oportunidades e promover diversão e interação com as pessoas. Isso me parece um caminho interessante para auxiliar no crescimento da marca. Mas vale lembrar que o real alcance dos conteúdos ali dentro pode depender do incentivo de mídia investido”, explica.

Jornalista especializado em tecnologia, Wellington Arruda conta que, por se tratar de uma rede social nova e, sobretudo, por ser parte do Instagram, ela oferece a vantagem da alta visibilidade com grande quantidade de usuários que podem facilmente se cadastrar com uma conta já existente. 

O momento é de aproveitar que o público está com os olhos voltados à plataforma. Considerando que muitos não eram usuários assíduos do Twitter ou de outra rede focada em textos, é a chance de explorar o formato que também interage com fotos e vídeos”, garante Arruda.

De acordo com Arruda, como a plataforma é nova, é natural que o Threads esteja atraindo rapidamente o público. 

“Em cerca de cinco dias após o lançamento, a rede social já conta com mais de 100 milhões de usuários, por exemplo. Essa é uma boa oportunidade de falar diretamente com o público que acabou de chegar, tendo em vista que ainda não existe um mecanismo de publicações em alta ou de recomendação ativa de conteúdo”, aconselha.

Monetização para influenciadores

A Meta já vem buscando aproximar alguns recursos do Instagram e Facebook para o Threads, afirmam os especialistas. É o caso de usuários que pedem por novas soluções, as quais já estão em desenvolvimento, segundo a própria equipe da rede social. A partir disso, é de se esperar que a empresa também importe modelos de monetização que já foram implementados no passado e passaram por melhorias. “Não seria surpresa, por exemplo, vermos a forma de ‘assinar’ o conteúdo exclusivo de algum influenciador, algo que também já acontece no Instagram”, afirma Wellington Arruda. 

Tatiana Moura, especialista em marketing e planejamento e diretora da Prospecting Marketing e Comunicação, agência de marketing digital, acredita que ainda não é possível avaliar. “Mas acredito que, por ser uma plataforma em que os seguidores são extraídos do Instagram, a monetização será parecida”, pondera.

Deborah Xavier afirma que a monetização já está ocorrendo, pois, no primeiro dia do Threads, já houve influenciadores entregando conteúdo na rede. A especialista acredita que os resultados vão depender da linha criativa e do entendimento dos criadores na distribuição de conteúdo pela plataforma. 

Os formatos e as possibilidades que vamos conhecer no futuro para essa cocriação entre marcas e criadores dentro de Threads podem ter grande impacto e até trazer uma nova forma de trabalho para os criadores com marcas”, acredita Deborah.

Dicas

A especialista em marketing e planejamento Tatiana Moura certifica que marcas que desejam estar na nova rede social precisam estudar a ferramenta diariamente, além de entender o público, que é diferente das demais redes. 

Além disso, os especialistas entrevistados pelo Metrópoles aconselham:

  • marcas devem ter habilidade de redesenhar o conteúdo;
  • conheça seu público e saiba quais são os interesses dele, os costumes e as percepções;
  • ouse e experimente sem medo;
  • explore diferentes formatos de publicação (incluindo fotos e vídeos, além das próprias threads);
  • aposte em publicações mais interativas, mas com conversas individualizadas;
  • evite utilizar as duas redes como se fossem as mesmas, já que o Threads ainda busca uma “identidade”;
  • como ainda não há anúncios pagos, vale criar uma conexão mais direta com o público ao divulgar produtos ou serviços.

Threads X Twitter

Com a chegada da nova rede social que compete diretamente com o Twitter, questiona-se se a plataforma de Elon Musk pode “ficar para trás em termos de uso”. As opiniões dos três especialistas entrevistados pelo Metrópoles são unânimes.

Deborah Xavier diz não acreditar que o Twitter ficará para trás. Isso porque a plataforma funciona há 17 anos e, desde sempre, houve tentativas de “tomar” esse espaço.

“Mas a verdade é que quem está ali dentro consegue perceber que os tuiteiros criaram um laço muito grande, mesmo com todas as mudanças dos últimos tempos. Não vi as pessoas abandonando ou mudando a forma de usar o Twitter. A cultura tuiteira brasileira já está entremeada ali; as conversas e os pontos de tensão no Twitter são únicos e não são emulados por nenhum outro espaço on-line. Por mais que a usabilidade seja parecida, as pessoas e suas intenções são diferentes”, frisa.

Wellington Arruda concorda, mas afirma que o Twitter pode, sim, experimentar alguma oscilação — seja na quantidade de usuários ativos simultaneamente ou em números consolidados. 

“Porém, o teor das duas redes sociais ainda é diferente. O diretor do Instagram, Adam Mosseri, já revelou que a plataforma não deve incentivar discussões políticas ou focalizar notícias, ainda que não descarte essas possibilidades. Já o Twitter demonstrou, em ocasiões anteriores, ser um espaço mais rápido para debates do tipo. Sendo assim, é provável que o usuário do Twitter também seja usuário do Threads, existindo nos dois ambientes com propósitos diferentes.”

“Tudo que é novidade chama a atenção. O Twitter ficou politizado, e as novas regras não agradaram muito ao público. Não creio que ele vá sumir, mas terá que fazer melhorias”, finaliza Tatiana Moura. 

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