Black Friday e Copa do Mundo: como as marcas podem ganhar mais destaque
Para entender como as marcas podem ter mais relevância no evento mundial, o Metrópoles entrevistou especialistas no tema
atualizado
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Faltam pouquíssimos dias para a Copa do Mundo no Oriente Médio. O mundial de futebol é uma excelente oportunidade para as marcas se destacarem, uma vez que a atenção de todos estará voltada para o evento futebolístico.
Diante dessa perspectiva, o Metrópoles entrevistou especialistas para explicar como as marcas se posicionam e se destacam durante o evento. Lucas Nascimento, CEO da Compartilhe Press, agência de Marketing de Influência, acredita que as marcas historicamente apoiadoras da Copa do Mundo não terão muitos problemas, mas com a mudança no comportamento do consumidor e da politização de todos os assuntos, será uma Copa difícil em termos de marketing.
Nascimento frisa que é um acontecimento atípico aos brasileiros, pois os horários dos jogos serão mais cedo do que nas últimas edições e, o fato de o Catar ser um país que não acolhe minorias, será um problema.
“Marcas que já se posicionaram em causas LGBTQI+, por exemplo, se apoiarem o evento mundial, serão acusadas de oportunismo e de quererem se aproveitar do ‘pink money’ (termo usado para destacar marcas que aparentemente são a favor de causas sociais para se promover)”, acredita.
Felipe Ferrari, consultor de Negócios da Emplifi no Brasil, afirma que a Copa do Mundo é um momento em que a atenção de todos estará voltada para um evento específico. “Dessa forma, as marcas que se aproveitam desse assunto podem ganhar destaque e aumentar sua abrangência”, frisa.
Para ele, as marcas que patrocinam oficialmente o evento, algum time ou jogador apresentam vantagem, pois podem, de fato, utilizar esses assets para ganhar relevância. “As marcas podem citar o evento de forma indireta, gerando conteúdos interessantes e informativos”, diz ele, complementando que, dependendo da empresa, uma estratégia interessante é associar a compra de seu produto ao evento, como vender TVs de tela grande, roupas e acessórios com as cores do Brasil, por exemplo.
Uma variável apresentada nesse ano é que a Copa acontecerá na mesma época da Black Friday, portanto as marcas também podem abordar as duas ocasiões para ganhar mais visibilidade com ofertas nestes produtos citados acima.
Nascimento, por sua vez, acredita que sempre vale a pena investir em eventos de grande porte e cita como exemplo o Rock in Rio, que ocorreu em setembro, no Rio de Janeiro.
“As marcas que estiveram presentes e que conversaram com o público ao longo do festival, se destacaram enormemente. Como disse anteriormente, esse evento será complicado, mas vale para as marcas gerarem conversas para crescerem suas redes sociais e atraírem novos consumidores.”, destaca.
Ferrari concorda: “Com a Black Friday, a tendência é que, durante a pré-Copa, a timeline do usuário seja mais concorrida, com alto volume de conteúdos produzidos e, consequentemente, com valores de investimentos mais altos. Durante a Copa é possível que essas duas variáveis apresentem uma redução, mas se mantenha acima da média do ano”.
Copa do Mundo X publicidade
Que o evento em si é uma grande case de publicidade, disso não há dúvidas. “As pessoas vão acompanhar os jogos de forma simultânea em diversos aparelhos e serão impactadas pela publicidade em todas eles, principalmente no Brasil, que historicamente consome e acompanha esse evento mundial”, enfatiza Lucas Nascimento.
Já Felipe Ferrari acredita que haverá uma maior utilização das redes sociais de real time como o Twitter. “É um espaço que permite se comunicar com os usuários sem a interferência de algoritmos, linkando de maneira direta os acontecimentos dos jogos com as postagens realizadas”, aponta.
Cases
Lucas Nascimento elenca os principais cases de sucesso na Copa passada como a Nike, que trouxe histórias que se unem por meio do futebol, motivada pela paixão das torcidas; Rexona, que mostrou que, mesmo com o suor do nervosismo pelos jogos, você não será abandonado pelo desodorante. E, por fim, o McDonald’s com os sanduíches campeões recordistas em vendas.
Ferrari cita Magazine Luíza, que retomou o 7×1 para vender uma TV nova; a Ruby Rose, que surfou na temática para fazer um sorteio de produtos; a Risqué, Dailus e OLX, que anunciaram venda de produtos “verde e amarelo” em alusão às cores da bandeira do Brasil.