metropoles.com

Assessoria de imprensa: exposição saudável e trabalho de formiguinha

A jornalista Juliana Garcia aborda como funcionam o trabalho contínuo e os desafios dos profissionais da área

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Roman Kraft/Unsplash
Assessoria de imprensa: exposição saudável e trabalho de formiguinha
1 de 1 Assessoria de imprensa: exposição saudável e trabalho de formiguinha - Foto: Roman Kraft/Unsplash

Em uma de suas reflexões, o jornalista norte-americano Ivy Lee, considerado o pai da assessoria de imprensa, traçou uma metáfora entre a eficiência e a perfeição como o resultado “do cuidado e da disciplina”. Tal paralelo, aliás, continua essencial quando pensamos no contexto presente do mercado de PR. Em agências sérias, o resultado – que se traduz na inserção midiática em canais de interesse para uma marca – é fruto de um trabalho contínuo, dedicado e que, justamente por tais pressupostos, não se constrói num piscar de olhos.

O processo de convencimento do cliente sobre a complexidade e a necessidade de “se dar tempo ao tempo” para o fortalecimento da imagem de uma empresa perante a mídia, aliás, é um dos principais desafios dentro do cotidiano de assessorias, independentemente do segmento de especialização. Sobretudo quando falamos de empresas que ainda não estão familiarizadas com a lógica do relacionamento com a imprensa, tal etapa pode, em alguns casos, comprometer uma jornada de posicionamento que não frutifica pelo excesso de ansiedade do cliente.

Assim, um primeiro ponto que precisa ficar claro é o de que o trabalho das assessorias é, antes de mais nada, um trabalho de “formiguinha” executado com estratégia e com uma visão de longo prazo. No início do trabalho com uma empresa, por exemplo, o objetivo é fazer com que uma empresa e seus respectivos porta-vozes tornem-se conhecidos pelos repórteres, cadernos e veículos que interessam à organização.

Nesse período, é produzido um volume expressivo de releases e sugestões de pauta que não necessariamente se transformarão em resultados imediatos, mas que são indispensáveis nesse movimento de aproximação com a mídia.

A próxima etapa dessa jornada são as demandas advindas da própria imprensa – frutos do passo inicial de familiarização –, momento no qual as matérias espontâneas começam a tornar-se mais frequentes. Por fim, no cenário ideal, as fontes da empresa passam a ser buscadas por diferentes veículos, o que, consequentemente, fortalece a imagem da organização com o mercado, seus stakeholders e diante da concorrência.

O valor noticioso e a relação com a exposição saudável na mídia

Sem dúvidas, há casos que subvertem essa lógica e podem levar mais ou menos tempo para avançarem, mas, a rigor, essa é uma trilha comum no dia a dia de agências.

Além disso, uma coisa é certa: todo esse trabalho, além de exigir “cuidado e disciplina” das agências, tempo e visão estratégica, jamais funcionará sem colaboração e entendimento do cliente sobre o que significa uma inserção midiática. Pode parecer óbvio, mas uma matéria jornalística ou um artigo não é um canal de propaganda. Logo, para que um canal sério se interesse por um release de uma determinada empresa, ele precisará ter valor noticioso e não ser simplesmente um descritivo institucional do negócio.

Nesse sentido, o lançamento de uma pesquisa, um projeto com impacto social ou mesmo o lançamento de uma solução – desde que ela traga alguma novidade para a sociedade e seu nicho de mercado – podem despertar o interesse de veículos e cadernos de economia, por exemplo. Mas aqui também vale uma ressalva: de pouco adianta despertar o interesse da mídia e não estar disposto a disponibilizar dados (porcentagem de crescimento, número de funcionários, expectativa para o ano etc.) que trarão mais densidade a uma matéria.

Quando conquistamos esse comprometimento dos clientes e o respaldo para que a agência conduza estratégias de posicionamento a partir de sua expertise, as chances de que o trabalho de uma assessoria seja frutífero são muito mais concretas. Afinal de contas, do mesmo modo que o cliente deseja transmitir sua mensagem com clareza para o mercado, é preciso que ele respeite a lógica de comunicação que sustenta o jornalismo dentro de uma sociedade democrática.

Com esse norte, o que temos é uma exposição saudável, que beneficia veículos (pelo valor noticioso de uma pauta); empresas (pela inserção espontânea em um veículo relevante); e a própria assessoria – que poderá conduzir seu trabalho com eficiência e fortalecer as pontes entre a mídia e seus clientes.

Juliana Garcia é comunicóloga, jornalista por formação e apaixonada pelo trabalho de mídia espontânea. Atua há mais de 15 anos como Public Relations, sendo que, desse período, nove à frente da IDEIACOMM, agência de conteúdo, social media e assessoria de imprensa.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?