As marcas não precisam esperar a Meta para viver o Metaverso
Durante o RD Summit, Martha Gabriel e Luiz Gustavo Pacete explicaram o conceito do termo e a projeção para o futuro
atualizado
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Santa Catarina — Tecnologia disruptiva, o Metaverso é um termo que já vem sendo amadurecido há bastante tempo. Embalado na esteira de Mark Zuckerberg, o conceito ganhou mais notoriedade após o magnata anunciar a mudança de nome do Facebook para Meta. Entretanto, muitas dúvidas ainda pairam. Uma delas é sobre como as marcas podem se posicionar dentro do Metaverso, assim como os impactos que devem ser causados no marketing e na comunicação como um todo.
Esses assuntos foram abordados nesta quinta-feira (27/10), durante o RD Summit — evento de Marketing e Vendas no qual o Metrópoles está presente para fazer a cobertura em tempo real dos principais cases que permeiam os setores.
No keynote de hoje, Martha Gabriel, escritora, consultora e palestrante de Marketing Digital, resgatou conceitos sobre o Metaverso. “Em 1992, tivemos o conceito cunhado no livro Snow Crash. Dessa forma, o termo nada mais é do que basicamente a fusão do universo além do universo que a gente já vivia.”
Segundo ela, o termo ganhou ais força em 2021. Isso porque todos se digitalizaram durante a pandemia. “Em 2020, vimos a aceleração de futuros e a gente começou a ver as marcas entrando nesses ambientes para fazer vendas. Então, o Metaverso nada mais é do que a visão entre os mundos on e off-line”, explicou.
Martha também explanou sobre a evolução prevista para o Metaverso. O primeiro a ser abordado foi o Metaverso emergente, inspirado no mercado e tecnologia da Web 3.0. Em segundo, o Metaverso avançado, uma progressão para uma abordagem combinada e, por último, o Metaverso maduro, que trará experiências imersas em novos tipos de economias virtuais.
Metaverso e suas vertentes
Ainda dentro dessa temática, Luiz Gustavo Pacete, editor MMA Latam e Forbes, palestrou sobre o tema “Metaverso além do hype”. Segundo ele, “quando começamos a olhar para projetos e ações de marcas dentro de plataformas imersivas não necessariamente estamos inovando. Ano passado, o Facebook se converteu em Meta. Mas, Metaverso não se resume a Meta nem à realidade aumentada”, expôs.
Inclusive, Pacete acredita que a perspectiva só da tecnologia limita muito a conversa sobre Metaverso. “Estamos esperando o Metaverso da Meta, enquanto há uma cultura se estabelecendo. E pensamos em como o termo afeta nosso trabalho, sendo que todas as tecnologias em torno dele não são novas”, afirmou, garantindo que do ponto de vista de negócios e indústria, o Metaverso já é uma realidade.
Durante a apresentação, Pacete também abordou alguns aspectos do Metaverso. O primeiro deles foi sobre o Web3, vertente baseada na tecnologia de blockchain, que não é uma transição absolutamente linear, mas sim uma evolução. “Apesar de ser um termo técnico, está muito relacionada à descentralização. A Web3 se propõe a ser uma economia do pertencimento”, garantiu.
O palestrante citou como exemplo a Uber, que está dentro de um ecossistema. “O que me faz entrar no carro de um desconhecido? Onde está a confiança? Quando a gente começa a falar de Web3 juntando elementos de interação, começamos a olhar mais ainda para comunidades de uma forma descentralizada”, apontou.
O segundo aspecto é o avatar. De acordo com o Youpix, consultoria de negócios para creator economy, os influenciadores virtuais tem três vezes mais engajamento que os pares humanos. Segundo Pacete, o avatar é um elemento mais que importante para o Metaverso e também para a representação de mundo que não se sabe ainda o que é. Ele citou como exemplo a Lu do Magalu, que está completando quase vinte anos. “Ela não surgiu como um avatar, ela surge como forma de atender as pessoas de maneira diferente. Entretanto, hoje ela não é só uma narrativa, mas sim uma pessoa carismática plugada a uma máquina de varejo. Mas ela não surgiu para ser um avatar dentro do Metaverso”, estrutura.
Outro dado, vindo de levantamento do CB Insights, mostrou que a creator economy já movimenta mais de 70 bilhões por ano e deve seguir em alta.
Por último, Pacete comentou sobre o hype em cima dos NFTs — tokens não fungíveis – que, só em 2021, movimentaram US$ 25 bilhões em compra e venda de criptoartes e materiais com certificação digital. Contudo, de acordo com ele, “as negociações em NFT de arte saíram de US$ 914 milhões em agosto do ano passado para US$ 13 milhões no mesmo mês em 2022, um recuo de 98,57%”.