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A revolução silenciosa da IA nos bastidores das agências

Henrique Russowsky, sócio e diretor de mídia na All Set, explica como a inteligência artificial pode ser uma aliada nos processos

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1 de 1 A revolução silenciosa da IA nos bastidores das agências – Metrópoles - Foto: J Studios/Getty Images

Quando uma nova tecnologia vem para ficar, percebemos isso logo na primeira experiência.

É só lembrar da primeira vez que usamos o Google e éramos direcionados exatamente para aquilo que buscávamos.

Ou, ainda, da primeira vez que entramos num Uber e descemos sem nem ter que tocar na carteira, como se estivéssemos andando por aí de motorista particular a um preço mais baixo do que o do táxi! Da mesma forma, não há quem não ficou espantado com os primeiros testes com o ChatGPT.

Rapidamente começamos a usá-lo como se fosse nosso R2-D2 particular. Seja para escrever um e-mail, revisar um texto, organizar uma lista cronológica, é perda de tempo não recorrer a ferramentas como ChatGPT ou Gemini para realizá-las.

Arrisco dizer que 100% das pessoas que já tiveram a experiência inicial com esse tipo de IA a utilizam com frequência para tornar as vidas mais produtivas e leves. E, claro, esse uso certamente se estende principalmente às atividades da rotina organizacional.

Dentro do universo publicitário, tornou-se um grande aliado. Na área de mídia digital, em que estou inserido, utilizamos a IA para criar segmentações de campanhas, sugestões de ideias de textos para anúncios, interpretação de relatórios, entre outras atividades.

Diretores de arte recorrem ao MidJourney, uma inteligência artificial que gera imagens a partir de descrições, para dar início ao processo criativo e depois o concluírem no Photoshop. Tudo com muito mais velocidade e, dependendo da situação, até com melhor qualidade. Programadores a usam para avaliar e melhorar códigos, e por aí vai.

Todo mundo usa IA, e quem não usa é porque ainda não teve a iniciativa de testar.

Por isso, não é à toa que a inteligência artificial é uma das bases do superciclo econômico apontado pela Amy Webb, fundadora do Future Today Institute, durante apresentação neste ano no SXSW (South by Southwest), um dos principais festivais de inovação do planeta.

Entretanto, dentro das empresas, a IA está associada a uma habilidade pessoal. A frase “você não vai perder seu emprego para a IA, mas para alguém que sabe usá-la” se tornou popular. Conhecer IA é uma hard skill de diferenciação profissional assim como inglês ou Excel.

É só dar uma rolada pelo seu LinkedIn e você vai ver uma série de cursos que se propõem a ensinar sobre o tema. Agora está na hora de a IA deixar de ser uma habilidade pessoal para se tornar parte integrada dos processos organizacionais.

Mas, antes de sair contratando consultorias e pensar na automação de tudo o que é possível e imaginável, é importante olhar para os processos. Pensar em como cada problema pode ser melhor resolvido com o apoio de IA.

Um mantra que carrego comigo é: a tecnologia é meio, não fim. Além disso, a IA já automatiza muito nosso trabalho, mesmo sem integrações computacionais pré-estabelecidas.

Então, por onde começar? Comece mapeando os seus processos e pense sobre como cada etapa pode se beneficiar da aplicação de IA. Se você não tem clareza dos seus processos, dê um passo atrás e reflita sobre os seus objetivos. Saber aonde você quer chegar vem antes de como você vai fazer para chegar lá.

Para conduzir esse desenvolvimento, minha recomendação é reunir o time e demais stakeholders. Identifique as tarefas de cada colaborador com clareza.

Por exemplo, se um analista de mídia usa IA para sugestão de hipóteses de testes A/B semanais, essa tarefa poderia vir a ser incorporada por todo o time. Entenda como eles estão aplicando IA nas rotinas. Organize todas as ideias, agrupe-as, normalize-as e estabeleça o novo fluxo processual.

Uma vez que a IA faz parte do seu desenho de processo de forma consistente, é hora de entender como ganhar tempo com a integração de sistemas. Esse é o caminho em que acredito. Pode parecer óbvio, e talvez seja. Mas converso com bastante gente e vejo que muitas vezes o óbvio é negligenciado.

A IA ainda é utilizada mais para impressionar nossos pares do mercado do que para resolver problemas reais. Sempre acreditei que primeiro precisamos resolver o básico e depois buscar a inovação.

Ao aplicar a inteligência artificial aos seus processos organizacionais, tenho certeza de que os ganhos silenciosos de eficiência trarão resultados significativos. Sem dúvida, essa é a melhor maneira de criar uma boa marca com o uso da IA, seja na empresa, no mercado ou na sua carreira.

Henrique Russowsky é sócio e diretor de mídia na All Set.

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