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A profissionalização da atividade de digital influencer

João Paulo de Lima, da DASA Advogados, explica por que é preciso regulamentar a atividade para evitar excessos

atualizado

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1 de 1 influencer - Foto: Erik Lucatero/Unsplash

Temos acompanhado nos últimos anos e principalmente durante o período pandêmico o crescimento acelerado do mercado de influenciadores digitais. O que anteriormente era considerado apenas como entretenimento começa a ganhar certo profissionalismo e a atrair olhares de empresas que buscam divulgar seus produtos. Além de ser o sonho de muitos adolescentes que renunciam a carreiras tradicionais em troca de ter um canal no YouTube, por exemplo.

Recentemente um estudo divulgado pela revista “Veja Rio” constatou que 80% dos jovens entre 9 e 17 anos fazem uso das redes sociais para seguir, na maioria das vezes, algum influenciador ou canal. Essa geração digital sonha ter seu próprio canal no YouTube.

Por outro lado, as empresas descobriram que divulgando seus produtos e/ou serviços por meio de influencers, atingem um público muito maior que se o fizer pelos meios de divulgação tradicionais.

E não seria para menos, pois os influenciadores interferem diretamente nas decisões de compra dos clientes a favor de uma determinada marca. Isso ocorre porque os influenciadores estabelecem uma relação de confiança com seus públicos, causando uma mudança comportamental e de mentalidade nos seus seguidores, que tendem a ser facilmente influenciados.

Além disso, os influenciadores digitais são os atuais responsáveis por ditar novas tendências e costumes, e seus fãs, como acompanham suas vidas, passam a reproduzir o estilo e gostos de seus ídolos, razão pela qual grandes empresas têm investido cada vez mais nessa forma de divulgação.

Com o aumento do público alcançado por esses influenciadores digitais e uma redução na procura por outras mídias, os profissionais de marketing observaram uma oportunidade de negócio. Esses novos produtores de conteúdo já obtêm o canal de comunicação e já possuem um público caracterizado de acordo com o conteúdo produzido, de forma que o produto seja visualizado por alguém que já tem um perfil potencialmente adequado a consumir o produto.

A internet também passou a desbancar o maior meio de comunicação, a televisão. Uma pesquisa feita pela IMS (Internet Media Services) apontou que cerca de 82% dos brasileiros consomem vídeos sob demanda e 73% assistem à TV aberta e mesmo os que assistem televisão assistem por menos tempo que os internautas.

Todo esse cenário levou os influenciadores a iniciarem uma discussão sobre a profissionalização da atividade nas redes, visando à garantia e ao cumprimento das obrigações e negócios desse segmento.

É necessário também que a legislação acompanhe essa onda de crescimento de digitais influencers e crie normas para garantir a segurança jurídica de todos os envolvidos nesse tipo de atividade.

João Paulo de Lima é advogado na DASA Advogados.

 

 

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