No cenário atual, onde as mídias digitais passaram ser mais caras e o os budgets de marketing apertados e focados em aquisição, a busca por criar alternativas eficientes se torna constante e, é por isso, que o Inbound Marketing é cada vez mais relevante, tanto em agências e empresas de comunicação quanto em startups.

Mas será que este tipo de ação serve para qualquer produto ou serviço? Cabe para qualquer estratégia de crescimento das empresas? Não tem nenhuma desvantagem em relação a ações mais tradicionais? É o que vou contar mais detalhadamente.

Mas em primeiro lugar é preciso saber o que é o marketing Inbound: uma metodologia onde a principal ação e atrair o cliente criando conteúdo de valor e experiências customizadas ao seu público-alvo. Dentro deste conceito elementar, há uma serie de outras explicações e desdobramentos de estratégia, que vão desde as defesas mais fanáticas, até ações pragmáticas, mas todas elas passam por três pilares: native content que nada mais é do que a produção de conteúdo para gerar verdadeira atração ao seu público potencial; captação de dados que é vital para seguir o relacionamento com o prospect e CRM, que é a ferramenta para gerar a recorrência de contato e produzir uma frequência capaz de manter sua marca ou serviço sob a consideração do target.

O melhor exemplo que considero sobre o conceito, e como ele pode produzir um efeito positivo para os negócios está no excelente Livro Receita Previsível, de Aaron Ross, onde ele detalha de uma maneira extremamente didática como superou os 100 milhões de dólares em vendas na Sales Force através do conceito Cold Call 2.0, que basicamente é uma aplicação de todos os pilares de inbound marketing.

E qual a diferença para o Outbound? Basicamente, a forma mais tradicional de impactar seu público, onde o interrompemos seja de maneira on ou off-line para transmitir a mensagem. Além de ser mais brusco e gerar uma maior dispersão, o marketing outbound necessita de um investimento mais massivo, fazendo com que muitas pequenas empresas e startups sequer tenham esta alternativa.

Após desdobrar ambos os conceitos, você deve pensar que outbound é, sem dúvida a melhor opção, certo? Bom, não sei se posso afirmar isso categoricamente devido a alguns pontos de atenção do marketing inbound que devemos considerar, entre eles, a primeira coisa, é que se trata de um processo lento, e em um mundo onde a paciência é algo em escassez. Talvez essa metodologia não gere os resultados que você, ou seus investidores esperam no tempo que deseja.

Outro ponto é que na maioria dos casos, é necessário criar uma demanda qualificada ou através de search ou compra de base qualificada, por uma DMP ou uma Data Warehouse.

Ações 100% inbound são muito difíceis de acontecer, não funcionam para qualquer tipo de produto e exigem uma expertise que às vezes pode ser tão cara quanto o modelo tradicional. Se achou que estou aqui para te confundir, te peço um pouco mais de calma, na minha visão existem oportunidades para utilizar cada um dos tipos e aqui lhes dou algumas sugestões. Empresas com serviços B2B, startups em início de negócio que precisam de uma rodada de investimento e produtos não tão bem estabelecidos ou conhecidos dentro do seu target devem apostar em ações de inbound marketing.

Já outbond marketing fará maior sentido quando existe uma necessidade mais clara de alcançar um resultado em um curto período de tempo, quando o foco é ganhar market share, produtos com foco em B2C e quando existe a real necessidade de ampliar ou expandir regiões de atuação.

Mas, seja inbound ou outbond, as estratégias de marketing são cada vez mais essenciais para o sucesso de qualquer negócio, e utilizar a melhor ferramenta de maneira assertiva é o que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empresa.

Brunno Feola é Head de digital group da Garnier centro América.