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A Amazon quer que você fale menos com a Alexa

No Web Summit, vice-presidente da empresa integrante da Amazon antecipou o futuro marcado pela proatividade dos assistentes virtuais

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Harry Murphy/Web Summit via Sportsfile
Alexa: “Fale menos comigo, por favor”
1 de 1 Alexa: “Fale menos comigo, por favor” - Foto: Harry Murphy/Web Summit via Sportsfile

Há poucos anos, assistente virtual era uma novidade absoluta. As pessoas se maravilhavam com a ideia de interagir por voz com uma máquina. Bastava um comando para que tocasse determinada música, informasse sobre o tempo, consultasse preços de passagens ou apagasse a luz de casa. Um novo patamar de conveniência e praticidade se estabeleceu para a vida humana.

Mas, a partir de agora, dispositivos como a Alexa – lançada pela Amazon em 2014 – não querem mais ficar apenas ouvindo e atendendo pedidos.Para os próximos anos, a ordem é ser proativo, antecipando-se à expressão dos usuários. Tudo isso a partir da inteligência artificial (IA), machine learning e dados.

Uma das palestras mais aguardadas do Web Summit tinha um título que despertava a curiosidade e até parecia contraditório: “Por que a Amazon quer que você fale menos com a Alexa?”. A resposta foi dada por Tom Taylor, vice-presidente sênior da Alexa, no segundo dia da programação. O executivo – que comanda uma equipe com dezenas de milhares de cientistas, engenheiros de hardware e software, desenvolvedores de produtos, entre outros profissionais – detalhou que a etapa da reatividade pura será superada.

O próximo grande passo da tecnologia

Atualmente, a Alexa já acumula mais de 130 mil habilidades, com interações superando a casa dos bilhões a cada semana. “Ela se tornou parte da vida das pessoas de um jeito que nunca imaginávamos”, afirmou. Tom Taylor citou exemplos como o de pessoas com deficiência que ganham independência ao usar a Alexa, não precisando mais do apoio dos familiares para fazer um conjunto de tarefas.

“Nós acreditamos que o futuro da tecnologia do consumidor é a inteligência ambiental”, sintetizou o executivo, apontando que esse será “o próximo grande passo para a tecnologia” tanto dentro como fora de casa. “Ele entende você e se adapta de acordo. Está ali quando você precisa e fica em segundo plano quando você não precisa. E pode agir por você”, explicou o vice-presidente.

E, na prática, o que isso gerará de benefícios? Taylor pontuou que será preciso pegar menos os telefones e passar menos tempo olhando telas. “Isso significa que você vai passar mais tempo vendo o mundo e as pessoas, e não para baixo, para suas mãos”, afirmou. Dando suporte para essa evolução tecnológica, o palestrante destacou duas etapas: a primeira, que estamos vivendo, é a self-service IA;  e, logo mais, teremos a self-directed IA.

Da reação à proatividade

Tom Taylor enfatizou que a tecnologia está iniciando uma grande tendência: “A inteligência artificial está se tornando menos reativa aos pedidos dos usuários e mais proativa, por ela mesma”. Ou seja, ao invés de as pessoas escolherem um acionador para a Alexa fazer algo, a assistente virtual pode descobrir isso sozinha e sugerir uma ação.

Os feedbacks dos usuários serão fontes de aprendizado contínuos para os assistentes virtuais, que terão condições de atuar ativamente. Pedidos frequentes, por exemplo, gerarão diagnósticos e interpretações por parte dos dispositivos, servindo de base para decisões futuras. “Se você sempre pede Despacito como se fosse do Justin Bieber, Alexa vai saber que é um erro, mas irá tocar e lembrar a música certa”, brincou.

Outro campo vasto para evolução envolve as casas inteligentes. Segundo o executivo, um quarto das interações já é de iniciativa da Alexa e não mais dos indivíduos. A assistente virtual pode disparar o som de um latido de cachorro se perceber que alguém entrou na casa, mas você não está lá. Há também robôs com tecnologia avançada que já conseguem detectar comportamentos estranhos no lar e enviar notificações para os usuários. “Logo, a Alexa poderá referir padrões e recomendar rotinas específicas”, ressaltou. 

Tudo isso pode parecer – por enquanto – cenas de um filme de ficção científica. Mas o vice-presidente da empresa que integra a Amazon assegurou que grandes mudanças já estão em curso, e muito mais virá pela frente. “Estamos empolgados pelo impacto positivo que essas tecnologias estão gerando para os usuários todos os dias. E ainda mais pelo seu potencial no longo prazo”, expressou. E conclui: “Estamos ansiosos pelo futuro quando nós vamos falar menos com a Alexa e aproveitar mais a vida”.

O portal Metrópoles está presente no Web Summit 2021, em Portugal. A curadoria da cobertura tem a assinatura da Brivia, com geração de conteúdo da Critério — Resultado em Opinião Pública.

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