Quem nunca recorreu a maior plataforma de vídeos do mundo para pegar dicas e sugestões de restaurantes e lugares badalados no Brasil e no mundo? Por isso, convido você a conhecer o Canal dos Caçadores, feitos pelos pilotos de helicóptero Juliana Venâncio e Paulo Fragoso.

Mas, o que tem a ver piloto com restaurante? Calma, a coluna explica. Os dois são casados há sete anos e começaram a publicar vídeos de críticas gastronômicas no YouTube com uma pegada mais analítica e perceberam que os seguidores estavam gostando da abordagem dos conteúdos.

Conversamos com os protagonistas e eles nos contaram que tudo começou quando estavam em uma viagem pelos EUA. “Nós ficávamos caçando hambúrgueres em vários lugares diferentes de uma listinha que fizemos. Um dia dessa viagem, estávamos em um lugar chamado Vale da Morte e avistamos uma tempestade de areia ao longo da estrada. Percebemos que iríamos ter que passar por ela para seguir para o nosso destino. Quando Juliana percebeu isso, disse que estávamos parecendo aqueles caçadores de tornados e eu prontamente falei que estávamos mais para caçadores de hambúrgueres.”, brinca Paulo.

A partir dessa aventura, todas as vezes que os dois comem em algum lugar diferente, abrem o vídeo com o bordão: “Oi, hambúrgueiros”, que já virou a marca registrada. Mas, não necessariamente eles estão comendo hambúrgueres: eles comem de tudo, até o que você nem imagina.

No Canal do Caçadores, há dois verdadeiros críticos de gastronomia: eles explicam os produtos, mostram as embalagens, a apresentação do prato, tudo de uma forma bem humorada e interessante.

Hoje, são mais de 900 mil inscritos. Os youtubers nos contaram que já chegaram a sofrer censura em um dos restaurantes mais famosos do Brasil.

“Fizemos reserva para o almoço. Sentamos e estávamos decidindo quais pratos iríamos mostrar no canal. Ao começar a fazer imagens do cardápio, já foi o suficiente para a pessoa que estava nos atendendo perguntar se iríamos gravar no restaurante. Quando respondemos que sim, ela disse de forma muito educada que era preciso uma autorização para gravar lá. Então, pedimos para ela solicitar essa autorização que nós aguardaríamos. Ela informou que não era por meio dela, mas sim por uma assessoria de imprensa e com antecedência. O assessor pediu o link para as nossas redes, o que nem precisaria, pois era só buscar no Google, mas mesmo assim, enviei e estamos esperando a resposta até hoje. Parece que ele não gostou muito de nós! (risos)”, contou Juliana.

“E mais gratificante ainda é quando divulgamos algum produto de um pequeno empresário ou de alguém que está começando e, de uma hora para outra, a pessoa recebe muitas encomendas. Mês passado, por exemplo, fizemos um vídeo sobre uma coxinha de copo que a pessoa teve que suspender as encomendas por duas semanas porque não estava dando conta do número de pedidos. Então, nós percebemos isso, mas ainda nos sentimos os mesmos. Até hoje, ainda sentimos surpresa quando essas coisas acontecem”, explica Paulo.

Questionei os “hamburgueiros”: com tamanha credibilidade na internet, quando recusam contratos? “Quando a gente não gosta do produto em questão. Às vezes, a parte financeira é boa, mas sempre colocamos a nossa credibilidade acima de tudo. Pra nós, é muito mais valioso que dinheiro”.

Texto de Dan Beligoli