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Whindersson Nunes e Maria Lina Deggan anunciaram que o primeiro filho do casal, João Miguel, nasceu prematuro neste sábado (29/5), de apenas 22 semanas de gestação. A coluna conversou com a médica obstetra Bruna Pitaluga, do Hospital Santa Lúcia, de Brasíllia, para entender os riscos de casos como este para o bebê e a mãe.
“O parto é um evento essencialmente imunológico. O corpo da mulher precisa entender por uma série de sinalizações que está na hora desse parto acontecer. Sinalizações equivocadas podem acontecer por complicações no metabolismo fetal, no endométrio, pela placenta, pelo próprio sistema imunológico materno ou por algum quadro infeccioso. Hoje, a gente entende que o parto prematuro é uma síndrome de alterações de sinalizações para o momento do parto, então, são diversas causas”, explicou ela.
O bebê de Whindersson e Maria Lina está internado em uma UTI neonatal de um hospital em São Paulo. “Por não estarem dentro do ambiente intrauterino e serem alimentadas pela placenta, os bebês prematuros têm maior risco de complicações neurológicas e de neurodesenvolvimento. A chance de mortalidade de um bebê de 22 semanas é muito alta. São grandes chances de ficar internado na UTI por um período longo. Tudo vai variar de acordo com as respostas que esse neném terá ao longo das semanas, mas há chances de infecções, de complicações cardiorrespiratórias… São nenéns que ficam intubados porque não têm amadurecimento pulmonar”, afirmou a dra. Bruna.
De acordo com a obstetra, os partos prematuros são a principal causa de morbimortalidade infantil antes dos cinco anos de idade. Bebês prematuros têm risco aumentado para doenças neurológicas e cardiovasculares, por não terem tempo suficiente de amadurecimento desses sistemas dentro do útero. As causas para a mulher ter o bebê antes do previsto são diversas e considera-se parto prematuro uma síndrome que afeta de 5 a 18% de todas as gestações.
As gestantes devem fazer um acompanhamento durante toda a gravidez para prevenir partos prematuros. “O acompanhamento deve ser feito ao longo de toda a gestação, sempre procurando a prevenção do parto prematuro. O exame que a gente faz para previsão de parto prematuro se chama ecografia morfológica do segundo trimestre com cervicometria para avaliação do colo uterino e rastreamento de parto prematuro. Esse é um exame feito usualmente entre 20 e 24 semanas, em todas as gestantes. Quando o colo do útero é menor do que 2,5cm apresenta risco aumentado para parto prematuro e a paciente tem indicação de uso de hormônio progesterona intravaginal. Este exame deve ser feito em todas as gestantes, segundo sociedades internacionais de medicina fetal para rastreamento de parto prematuro”, recomendou a obstetra.