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Walcyr Carrasco lança livro Êxtase e discute questão das drogas

Escritor conversou com a coluna LeoDias sobre o submundo das drogas ilícitas e, sobretudo, a proliferação cada vez mais veloz do crack

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Walcyr Carrasco e convidados em lançamento de livro
1 de 1 Walcyr Carrasco e convidados em lançamento de livro - Foto: Patricia Devoraes/Brazil News

A noite dessa terça-feira (21/6) foi para lá de especial na trajetória profissional e pessoal do multifacetado autor Walcyr Carrasco. O também dramaturgo recebeu fãs, amigos e famosos no lançamento do seu mais recente livro, intitulado Êxtase, distribuído pela editora Assírio & Alvim. O encontro literário aconteceu na Livraria da Travessa, em Pinheiros, região oeste de São Paulo. A coluna LeoDias esteve presente e te conta os detalhes.

Nomes conhecidos da dramaturgia televisiva, como os atores Rainer Cadete, Leona Cavalli, Mayana Neiva, Monique Alfradique, Gil Coelho, Felipe Hintze, o novelista Daniel Ortiz, entre outros, compareceram ao evento cultural, a fim de prestigiar o novelista, garantindo o autógrafo no exemplar.

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Leona Cavalli no lançamento do livro Êxtase, de Walcyr Carrasco
Monique Alfradique no lançamento do livro Êxtase, de Walcyr Carrasco
Mayana Neiva no lançamento do livro Êxtase, de Walcyr Carrasco
Walcyr Carrasco no lançamento de seu livro Êxtase
Walcyr Carrasco e convidados no lançamento do livro Êxtase
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Walcyr Carrasco e Bianca Rinaldi no lançamento do livro Êxtase, do autor

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Leona Cavalli no lançamento do livro Êxtase, de Walcyr Carrasco

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Monique Alfradique no lançamento do livro Êxtase, de Walcyr Carrasco

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Mayana Neiva no lançamento do livro Êxtase, de Walcyr Carrasco

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Walcyr Carrasco no lançamento de seu livro Êxtase

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Walcyr Carrasco e convidados no lançamento do livro Êxtase

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Walcyr Carrasco e convidados no lançamento do livro Êxtase

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Rainer Cadete e Gil Coelho no lançamento do livro Êxtase, de Walcyr Carrasco

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Walcyr Carrasco e Monique Alfradique no lançamento do livro Êxtase, do autor

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Entre um autógrafo e outro, Walcyr Carrasco recebeu a reportagem da coluna LeoDias de forma afetuosa, para uma entrevista reveladora sobre a temática das drogas, opinando, inclusive, sobre a polêmica da internação compulsória, referente aos dependentes químicos da região da Cracolândia, localizada em São Paulo. Ele ainda contou detalhes de seu próximo projeto na TV Globo.

Qual o sentimento em transformar o texto cênico de Êxtase em livro, vinte anos depois?

Foi uma surpresa, não tinha ideia de publicar o livro. Recebi o convite do meu amigo Thales Guaracy, dono da editora Assírio & Alvim. Ele disse: ‘Vamos publicar?’. O texto já estava pronto. Eu o escrevi em 2002 e, vinte anos depois, o crack continua viciando cada vez mais pessoas. É assustador.

O livro discute a relação de dois amigos que se envolvem de forma visceral no universo das drogas pesadas, inclusive o crack. Acompanhando a situação devastadora dos dependentes químicos da Cracolândia (conhecida região de São Paulo onde concentram-se usuários de entorpecentes), qual sua opinião sobre a internação compulsória?

Eu tenho muita dificuldade em ter uma opinião a favor da internação compulsória, porque isso é tirar a liberdade da pessoa. Por outro lado, eu não sei muito bem como fazer. Em geral, quem tem feito um trabalho muito forte e presente são os missionários de várias religiões. Eles incentivam e levam pessoas (em situação de drogadição) para um tratamento. Se a pessoa disser que não quer se tratar, não adianta forçar que não vai surtir o efeito esperado. Tem que ter vontade. E eu vejo que esses missionários os convencem numa boa. A internação compulsória é algo forçado, como uma prisão! Não sei se é o melhor caminho.

A temática por si só é tocante. Mas algo em especial aconteceu para que aguçasse sua vontade de abordar a problemática também na TV, por meio da personagem de Grazi Massafera, na novela Verdades Secretas (vencedora do Emmy Nacional como melhor telenovela em 2016)?

Eu também tenho um livro chamado Vida de Droga (lançado em 1998 pela editora Ática). O mais interessante é que eu nunca usei droga nenhuma durante toda a minha vida. É uma situação que me chama atenção. Na época de Verdades Secretas, eu fui à Cracolândia, acompanhado de um juiz e um missionário. Aquela realidade mexeu bastante comigo, machuca ver pessoas como zumbis. É doloroso.

Vamos falar de novela. O que você pode adiantar de seu próximo folhetim, com o título provisório de Terra Vermelha, previsto para estrear na faixa das nove da TV Globo em meados de 2023?

É um projeto que está ainda muito embrionário. Não tenho muitos detalhes fechados ainda. Posso dizer que é um projeto que a Globo está apostando.

Uma curiosidade em geral do público é saber como funciona a escalação dos atores numa novela. Quando você escreve um personagem, já pensa em determinado ator/atriz ou a Globo determina quem fica com o papel?

Quando nós, autores, escrevemos, já temos um perfil de personagem bem claro na cabeça. Contudo, é um trabalho feito em conjunto. Não é uma guerra. A empresa, os diretores e eu podemos sugerir os atores. Entramos em um consenso.

Por muitos anos você trabalhou como jornalista, atuando em diversos veículos de comunicação de São Paulo. Foi um ciclo que se fechou totalmente em sua trajetória, depois de se enveredar por outro caminho como dramaturgo?

Sabia que não se fechou (risos)? Quando escrevo uma história, eu sempre faço a parte do jornalismo investigativo primeiro. Procuro conhecer aquele cenário como jornalista e depois parto pra ação.

Além da novela, que consome muito tempo, você tem outro projeto profissional em vista?

Irei lançar na Bienal do Livro a publicação Meu Lugar No Mundo para o público jovem, que aborda o suicídio na adolescência. A minha ideia é que esse romance, que aborda o tema, seja discutido em salas de aula.

Do palco à literatura: o conceituado Prêmio Shell de Teatro

Vale ressaltar que o texto integral de Êxtase é oriundo da peça teatral escrita pelo dramaturgo Walcyr Carrasco em 2002, e encenada pela primeira vez, à época, pelo ator Daniel de Oliveira na pele de Felipe, um dos personagens da trama. O espetáculo, que virou livro recentemente, conta também com outro protagonista: Raul. Os dois amigos são colocados em cena, abordando a questão do uso de drogas pesadas e como tal ato de fuga e destruição acaba refletindo no cotidiano familiar e na sociedade.

“É incrível notar como o texto permanece atual após vinte anos”, avaliou Walcyr para a coluna.

A peça foi tão aclamada pela crítica especializada que recebeu um dos mais importantes reconhecimentos do gênero: Prêmio Shell de Teatro, na categoria Melhor Texto, no ano de 2003. Além disso, o texto, atemporal, já foi remontado em outras ocasiões.

Por Michele Marreira

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