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Ela está de volta ao mundo da música. Kelly Key, aos 37 anos, pensou e repensou sobre voltar com a carreira de cantora e lançou recentemente o clipe Montanha Russa.
Cada vez mais madura, a artista, que esbanja beleza, falou sobre o receio de retornar ao mundo pop e destacou a relação e o apoio do marido.
Em entrevista direto de Portugal, onde Kelly está vivendo e sem data para voltar, a cantora falou sobre sexo, boa forma, carreira, casamento, filhos, plásticas e os planos para o futuro.
Confira o bate-papo completo:
Léo Dias – Hoje a entrevista é com a minha amada Kelly Key! E aí, Kelly?!
Kelly Key – Tudo bom?! Tô gostando desse visual fortão!
Visual Fortão é ótimo (risos)! Kelly, meu amor, você ta bem?
Tô bem, graças a Deus. Tô ótima! Tô respirando novos ares, né? Dentro dessa quarentena poder fugir um pouco dessa loucura. Tanta tristeza, que infelizmente, a gente tem visto no nosso país. às vezes faz bem.
Agora vamos falar que na última sexta-feira a Kelly Key lançou Montanha Russa. O segundo single, não é?
Segundo single do meu álbum novo. Eu tava muito ansiosa pra voltar apesar de resistente. Eu tava muito resistente a voltar pra música, né?
Eu sei. Eu ia falar sobre isso, mas fala sobre Montanha Russa. Daqui a pouco a gente fala sobre essa na volta.
Montanha Russa foi a primeira música que eu corri atrás pra gravar. Quando eu pensei em retornar à música. Eu acho que tem tudo a ver com o meu novo momento de carreiro. Comigo hoje.
O que impressiona, obviamente, todo mundo sabe da sua beleza, do seu bem estar físico, mas essa música, mas esse clipe… as pessoas ficam: “Como a Kelly está deslumbrante”.
Léo, olha só. A dança do ano de 2000 não é a dança de agora, desse tempo. Parece que passaram mil anos até hoje. A coluna vertebral da galera de hoje, não é a mesma coluna da minha geração. Aí nesse videoclipe eu já to pra aprender stiletto há muito tempo, pra me posicionar diferente de forma corporal.
Explica primeiro o que é o stiletto, que passo é esse?
Ah, é um estilo de dança onde a gente usa muito a sensualidade. A gente usa muito o salto alto. Tem umas jogadas diferentes.
Foi fácil?
Não! Cada jogada de cabeça. Não parece mas por dentro…
Parece que foi super fácil, Kelly.
Nada. Léo, joelho roxo, ralado, dor na lombar… Vvelha.
O seu corpo está incrível. Houve algum tipo de photoshop no vídeo?
Nada! Eu to com aquilo, eu to com aquela bunda boa (risos). Aí a gente botou uma meia rastão pra não dar aquele sacolejo, porque eu perdi dez quilos na quarentena. Então a bunda fica mole mesmo.
Todo mundo engorda. Como é que você emagreceu?
O que que acontece, eu tenho muita massa muscular. E ela pesa muito mais que gordura. Eu sempre pesei 77, 78 quilos. 75 é meu peso bom.
Então vamos falar sobre essa sua volta. O que que te fez voltar?
Há cinco anos eu recebi esse convite da Warner pra fazer exatamente esse projeto que eu to fazendo hoje. Aí a gente conversou, fez uma releitura de tudo que eu fiz. E eu falei que eu não queria. Porque eu não tava me sentindo pronta, porque eu tinha muita coisa pra conquistar fora a música. O canal começou a me dar muito trabalho. Engravidei do Tuca, falei que queria ser mãe de novo. Aí veio a gravadora e eu disse: mas eu não quero é trabalhar. Olha isso. Não quero trabalhar.
Mas você tava fazendo vídeos incríveis no seu canal.
Mas aquilo pra mim é o meu dia a dia. Eu to aqui com meu filho e to aqui filmando. Pro meu clã de gente, isso é gostoso pra caramba. Eu não tenho mais paciência, nem mais idade, nem mais tempo de carreira. Vou ouvir de pessoas que não me conhecem coisas que nem interessam as vezes. Você chega uma hora que você começa a trabalhar por prazer. Eu ganhei muito dinheiro na minha vida, e eu consegui administrar o meu dinheiro.
Então você ta fazendo isso por amor, por vontade, por realização? Por que dinheiro você não precisa mais?
A gente gasta muito dinheiro pra lançar uma música. As pessoas acham que não. Ainda mais hoje em dia, tudo é muito caro. Os clipes já passam de R$ 100 mil.
Você gastou quanto nesse clipe, Kelly?
Esse foi mais barato. Mas no primeiro a gente teve investimento de quase 200 mil reais. E nesse aqui a gente chegou a 50 mil de produção, fora os extras, né? É um investimento caro. Aí volto pra música, por vontade de fazer um projeto incrível que a gravadora tinha em mente. Sentei com eles, expliquei isso que eu expliquei pra você, que eu vivo um outro momento pessoal, de carreira.
E o Mico sempre apoiou ou não?
Sempre deixou na minha mão. Porque não seria uma fase pra isso. Ele sabia que não era o momento, mas ele nunca se opôs. Ele sempre esteve do meu lado.
Você não pensou: “Ah, ele fica na Angola e eu fico aqui…”
Sim, já tentamos. Nossa, a gente nunca consegue viajar.
Você tem uma confiança absurda nele (marido) e você por ele. O que é?
A gente está junto a 18 (anos) e vai fazer 19. Então quer dizer: a gente sempre teve junto um do outro. Ele se tornou um grande parceiro, um grande aliado meu.
Essa entrega dele, o que não é muito normal… Muda para o país dela e 15 dias depois não volta mais.
A gente era adolescente. Inconsequente. É isso que eu falo. Se fosse hoje não dava certo.
Eu fiz uma entrevista contigo em vídeo, a última nossa foi em 2017. Aí você falou o seguinte sobre o Mico: “Tenho certeza que ele não me traiu. No dia que você ouvir que ele me traiu, eu dei motivo para ele me trair também”
Parece machista, né? Mas ela serve para o inverso também. Se eu traí, foi porque ele permitiu. Ela dupla.
Sempre foi fácil pra você externar e falar sobre sexo ou não?
Foi um processo.
Você era mais contida?
Com certeza. Por uma questão estética, as vezes. Por ser muito exuberante, por ter um bumbuzão aí. Porque eu acho que quando a gente trabalha com arte a gente tem que usar todas as armas e abraçar. Usar tudo ao nosso favor. Quando a gente fala de sexo, a sociedade é muito preconceituosa. “Como ela é vulgar”. Isso já me tolia.
Então é possível sim uma mãe de três filhos ser sexy, ser gostosa, ser boazuda, ser atraente e falar de sexo, né?
Eu acho que isso é uma questão de posicionamento, de tranqüilidade pra você abordar os temas. Eu tenho quase 20 anos de casada. Eu tenho 20 anos de carreira. As pessoas já me conhecem e eu já me conheço. Eu posso falar do que eu quiser, entendeu?
Você não é um personagem, né?
Eu não sou um personagem. Eu me divirto. Eu sou muito assim mesmo. Eu venho de uma geração de artistas onde todo mundo era muito imaculado, onde era intocável. Aí a internet não é intocável, ela é diferente. E eu também transito nesse universo muito bem.
Você pretende fazer shows, Kelly Key? Porque, agora, shows nem tão cedo, né?
Nem tão cedo. É… poxa, a gente tava se programando tão bem. Tava com um show tão redondinho, tão bonitinho.
Ah, você chegou a ensaiar então o show?
É, tava lindinho. A gente tinha as datas já vendidas. A gente tinha data pra Brasília, a gente tinha outros lugares que a gente teve que cancelar.
Como você se imagina aos 45 anos, Kelly Key, ou aos 50?
Toda operada.
Aliás, era isso que eu queria saber. Você fez o que?
Eu fiz veterinária (risos). Mentira! (risos)
Fala a verdade, você fez uma lipo?
Eu tenho. Uma mulher que tem 3 filhos que se preze tem que ter um peito operado. Uma pessoa que engordou 90 quilos três vezes na vida tem que ter uma plástica.
Você não tem estria, né?
Eu tenho estria aqui no cantinho da barriga. Foi da gestação da Suzanna.
Então assim, quantas lipos?
Eu fiz… ah não sei, Léo. Agora eu fiz pra dar uma empinada na bunda.
Você ta ótima, Kelly.
Tô, to bem. E não to me esforçando muito não. Treino menos, como a mesma coisa e to me sentindo até muito melhor. […] Lipo pra mim é lugar pequenininho. Porque depois do Vitor eu fiz uma grande lipo nas costas e eu tive muitas dores.
Pois é, Kelly, você não respondeu. Como você se imagina aos 50 (anos)?
Acho que eu vou ta cada vez mais dentro da internet. Cada vez mais desenvolvendo conteúdo. Acho que vou ter uma tendência – eu não gosto de ficar sem trabalhar, apesar de dizer que eu não quero trabalhar – eu não quero ficar me esgotando.
Você quer um trabalho racional? Um trabalho racional, com qualidade de vida, com saúde mental, é isso?
É assim que eu me vejo daqui um tempo. Me cuidando cada vez mais, é isso.
Você é muito apegada aos filhos homens?
Aos três. Eu sou uma mãe muito mãe mesmo. Mas eu crio os meninos pra serem uns bons pais no futuro. Eu acho que isso faz muito a diferença. Os meninos tem bonecas, eles trocam fraudas.
Seus filhos têm boneca?
Têm.
Que legal, cara.
Eu acho isso super normal.
Não é normal, mas eu acho isso superlegal. Você acha normal?
Meu irmão brincou com boneca comigo. Eu era a melhor amiguinha dele. Eu tinha a boneca dele e eu também. É muito normal ver menino brincando de boneca. O que não é normal isso não existir. Então eles tem boneca, eles trocam frauda, eles sabem a hora de dar mamar. O Vitor mesmo vai ser um paizão, porque com o irmão dele vai ser um paizão. Super protetor, cuidador. Então eu tenho muita preocupação de ensinar isso para os nossos meninos, sobre o momento em que o universo feminino vive. Os cuidados que eles têm que tomar com mulheres e também com os amigos. Mais difícil para uma mãe de menino, do que uma mãe de menina nesse momento. Porque a gente vem conquistando muita coisa.