Vendem muito, faturam pouco: por que estrelas do gospel ganham menos?
Indústria musical para cristãos enfrenta interferência das igrejas nas canções, projetos e no cachê dos artistas
atualizado
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Eles arrastam multidões por onde passam, lotam igrejas, casa de shows e de espetáculos, são verdadeiros fenômenos no streaming, mas o cofre nunca enche e a conta nunca fecha. Afinal, o que explica um cantor gospel faturar menos da metade que um cantor de outro gênero com bem menos alcance? A coluna LeoDias traz a resposta para esta e outros perguntas sobre o tema.
Sobretudo, é importante frizar que uma nova geração de cantores, bandas e grupos gospel está se formando com enorme expressividade pelo Brasil, e que por sua vez não se resumem apenas a números na internet. Esses talentos vendem muito e são sucesso de público. Um exemplo é o Casa Workship, grupo do Ministério de Louvor e Adoração da Igreja Casa, de Goiânia (GO), liderada pelos pastores Davi e Giovanna Passamani.
Casa Workship é responsável por um dos maiores hits dos últimos anos, o A Casa é Sua, que explodiu durante a pandemia devido ao movimento para que as pessoas se mantessem em casa e respeitassem a ordem de quarentena. Impulsionados desde então, o grupo vive uma ascensão meteórica, mas ainda assim continuam com a mesma estrutura financeira de antes.
Por outro lado, os nomes que surgiram entre a década de 90 e 2000, estes sim fizeram muito dinheiro, principalmente com a venda de CDs, pois não havia um crescimento tão grande das igrejas, que hoje são quem dominam parte da indústria gospel.
A interferência das igrejas e os ganhos por shows
A interferência da igreja na carreira desses artistas tem envolvimento não somente nas canções, mas também nos projetos, e claro, no cachê de praticamente todos eles. Artistas gospel se apresentam muito em igrejas, o que dificulta a cobrança de ingresso. E mesmo quando vendem, não ganham o justo.
Um show da Aline Barros custa em torno de R$ 80 mil reais, entretanto, ela não canta mais em igrejas, já está em outro nível. Mas Elaine Martins, que é um grande nome da atualidade e com músicas bombadas no streaming, ainda faz show em igrejas pelo valor de, acredite, R$ 8 e até R$ 5 mil reais. Por fora, um show de Elaine custa R$ 30 mil reais.
Já o cachê de uma dupla a nível Simone & Simaria gira em torno de R$ 200 e R$ 400 mil reais, não menos que isso. Antes da explosão, o cachê do cantor Jão era de R$ 90 mil, valor que quase nenhum cantor gospel de sucesso consegue atingir.
Poder de evangelizar arrasta multidões
Todos são tratados como estrelas, são personalidades com grande poder de mobilizar um vasto público. Eles enchem arenas, como é o caso de Deive Leonardo, que recentemente esgotou ingressos no Jeunesse, Rio de Janeiro, com capacidade para 18 mil pessoas.
Existem até pastores famosos que também cobram cachê. Um deles, inclusive, em plena ascensão viu seu cachê despencar depois que descobriram que ele tem uma filha fora do casamento. Mas fato é: evangelizar é um dom para poucos. E eles precisam, além de ter o conhecimento da Bíblia, saber a “linha” da igreja onde estão atuando.
Cada igreja (as maiores do país) tem a sua “linha de evangelizar”. Uma recente pesquisa feita pelo instituto Datafolha mostra que 3 em cada 10 brasileiros (29%), com 16 anos ou mais, são evangélicos. Algumas delas, entretanto, pregam que o sucesso financeiro é o desejo de Deus.
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