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Quando se trata de sua vida pessoal, Thiaguinho é muito reservado. Mas, durante uma live no Instagram da Trace Brasil, multiplataforma de valorização da cultura afrourbana, na última quarta-feira (13/1), o cantor aproveitou para contar um pouco mais sobre sua infância e adolescência, enquanto comentava sobre a sua luta antirracismo.
Nascido em Presidente Prudente, São Paulo, e criado em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, Thiaguinho falou sobre o impacto do racismo em sua vida. “Cresci em uma cidade onde tem pouquíssimos negros. Nunca tive amigos negros na infância”, disse durante a conversa com apresentador e head de marketing da Trace Brasil, Ad Junior.
Thiaguinho contou que estudou como bolsista em um colégio privado. “Ao mesmo tempo que estudar nessa escola era ótimo pra mim, eu não tinha referência”, afirmou ele. O cantor ainda comentou que muitas vezes ele preferia não tocar no assunto porque não queria ser excluído, “para não lembrar [as pessoas] que era diferente”.
“Sempre escutei frases que com o tempo fui perceber que são heranças horríveis do nosso país. Por exemplo, minha mãe é uma preta de pele clara, e os amiguinhos diziam ‘mas sua mãe nem é preta’, como se fosse melhor para mim”, disse ele, ressaltando que é preciso continuar o debate para promover o letramento antirracista.
Segundo Thiaguinho, o Exaltasamba teve grande importância na sua identificação com o antirracismo. “Há um tempo, parei para pensar e já tinha esse discurso infiltrado nas minhas músicas, mesmo sem falar diretamente sobre, como em Duas Vidas Um Só Ideal, gravada pelo Exalta em 2008”.
O tema também vem sendo debatido por Thiaguinho na série do Instagram intitulada E Aí, Até Quando?, em parceria com o ator Rafael Zulu, na qual posta textos sobre racismo e se posiciona com relação a vários casos que acontecem no Brasil. Durante a entrevista, o cantor ainda falou sobre a carreiras e os novos projetos e aproveitou para cantar.