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A ausência dos sertanejos, do rappers e dos funkeiros nas premiações musicais ficou mais evidente do que nunca em 2021. A onda de críticas ao prêmio Multishow, por exemplo, não deixa mentir. As indicações deixaram de fora artistas responsáveis por hits que ecoaram na web e nas rádios. Mas os números do Spotify mundial trataram de evidenciar que quer queira, quer não, esses nomes são os responsáveis por de certa forma levar a música nacional para outras partes do mundo. Para se ter ideia, o top 50 do Spotify mundial conta com nove artistas brasileiros. Desses nove, ao menos cinco são do gênero sertanejo.
O cantor Zé Felipe, dono do hit Toma Toma Vapo Vapo, em parceria com MC Danny, foi um dos que na época teceu duras críticas aos critérios utilizados pela premiação, que não o nomeou em nenhuma categoria apesar do sucesso estrondoso de suas faixas. Mas parece que a resposta pelo gelo chegou logo nos primeiros dias d2 2022. Acontece que agora o cantor, além de ser top 1 do Spotify Brasil, também entrou para o ranking mundial ao lado da MC.
A dupla Maiara e Maraisa também foi uma das artistas que ficou de fora da premiação e causou indignação no cenário musical. O curioso é que ao mesmo tempo em que não receberam as honrarias em seu país de origem, haviam sido indicadas ao lado de Marília Mendonça, com o projeto Patroas, ao Grammy Latino. Atualmente, a faixa Esqueça-me Se For Capaz ocupa o 32º lugar do Spotify global.
A presença de Xamã, Gustah e Neo Beats com o recém hit Malvadão 3, lançado no final de novembro, também demonstra a presença do rap na indústria. O hit, que conta com elementos do funk e do trap, alcançou a 38ª posição da plataforma e já recebeu mais de 924 mil streams nas últimas 24 horas. O clipe oficial da música, gravado em Las Vegas, recebeu mais de 11 milhões de visualizações no YouTube desde o lançamento. E claro, também já garante seu espaço nos challenges do TikTok.
Outros artistas como Henrique & Juliano, George Henrique & Rodrigo, Mari Fernandez, Ávine Vinny e Pedro Sampaio também evidenciaram seus hits de sucesso no ranking. Apesar da lista não garantir efetivamente a internacionalização das músicas, serve de termômetro para demonstrar as canções que estão sendo consumidas em massa ao ponto de ganharem relevância a nível mundial.
Entre críticos e admiradores, o fato é que não dá para ignorar o que é consumido pelo público. Parece que o prêmio Melhores do Ano, do Caldeirão com Huck, entendeu o recado. O programa em si, que já se apresenta com uma proposta mais conectada ao digital, demonstrou ao menos tentar representar o gosto popular. A resposta veio com as nomeações de música do ano, em que concorreram apenas artistas do gênero sertanejo ou piseiro, como a dupla Israel & Rodolffo, Barões da Pisadinha, com Recairei, e Matheus Fernandes, com Baby, Me Atende. A melhor ficou para os donos do hit Batom de Cereja.
Será que as premiações deste ano ficarão menos alheias a realidade do consumo de música no país? Fica a torcida para que se tenha novidade nas nomeações.
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