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Até a pandemia começar, o foco da indústria da música no Brasil eram os shows. Quase 80% da renda dos artistas e produtores vinham dos espetáculos. Alguns valores eram, de fato, estratosféricos. Eles só queriam fechar datas e grandes concertos. Essa era a prioridade.
De repente, tudo mudou. As plataformas de streamings (Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music, Sua música) alavancavam as músicas e, consequentemente, vendiam shows. Era uma bela troca. Eles nem se preocupavam no faturamento das internet. É o famoso “sai na urina”.
Só que tudo mudou (de novo) do dia pra noite. Agora, os streamings valem ouro, porque viraram praticamente a única fonte fixa de renda. Os artistas, então, começaram a questionar a divisão das fatias das músicas. Sempre foram injustas. No entanto, no afã de assinar o contrato no início da carreira, os artistas mal liam as cláusulas. Na minha terra, isso se chama má-fé. Mas deixa para lá.
Só para você entender. O Spotify é o maior empresa de downloads de música existente hoje no planeta. A cada milhão de músicas baixadas, paga pouco mais de US$ 3 mil. Streamings e redes sociais explodiram em 2020. Para não ficar para trás, até o TikTok vai começar a monetizar as músicas.
A música (principalmente a sertaneja) é, hoje, a maior e mais rica indústria do entretenimento do Brasil. E como os sertanejos estão a léguas de distância dos demais músicos, principalmente em termos de profissionalismo, foram justamente os que souberam se reinventar. E fazer história.
No meio de 2021, quando os shows voltarem (quem sabe o mundo não voltara ao que era antes), não se esqueçam de acender uma vela para os streamings. Se vocês, músicos, ainda existem, é graças a eles.