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No último sábado (5/6), Zé Neto, que faz dupla com Cristiano, se viu no centro de uma polêmica. O cantor, que é torcedor do Palmeiras, vestiu uma camisa do São Paulo e fez alguns gestos considerados homofóbicos por parte do público durante uma live. Ele se desculpou logo depois, mas o caso reacendeu um debate. Os sertanejos devem manter sua espontaneidade ou adotar o “politicamente correto” para piadas?
“Se alguém se sentiu ofendido, do fundo do meu coração, esta não foi minha intenção. Estamos zoando um negócio que não tem nada a ver. Me desculpe se alguém realmente se sentiu ofendido, peço desculpas ao vivo. Não estou preocupado se vão me cancelar ou me linchar. Estou falando por sentir, talvez, que tenha me expressado mal e o pessoal entendido mal”, afirmou Zé Neto ainda na live.
Na era do cancelamento, os artistas estão ficando com cada vez mais medo do que falam. Mas é fato que essas críticas vêm de um público que não acompanha o trabalho dos sertanejos. Os verdadeiros fãs entendem o estilo de piadas consideradas “inocentes” e se divertem com a espontaneidade. A diferença é que antes quem ouvia os cantores falando era apenas quem estava no show. E agora tudo é disseminado massivamente pela internet.
“As pessoas precisam identificar uma fala maldosa de uma fala aleatória. Hoje tudo é levado ao pé da letra e nem sempre se tem a intenção de magoar. Tenho certeza que estes novos tempos vão nos ensinar muita coisa, mas também irão tirar a espontaneidade. O medo do cancelamento irá criar pessoas que não irão se permitir serem naturais em nenhum momento”, comentou Bruno, da dupla com Marrone, em conversa com a coluna.
Eduardo Costa também acredita que o problema está em como o público interpreta o que os cantores falam, já que, na maioria das vezes, as piadas não são maliciosas. “Eu vou continuar falando. Sou responsável pelo que falo e não pelo o que os outros entendem”, escreveu o cantor na página do Instagram Conceito Sertanejo, que levantou o debate nas redes sociais.
“Algumas pessoas exageram na interpretação. Os artistas devem manter a espontaneidade tomando o máximo de zelo e cuidado para que não venha a ofender ninguém, independente de raça, gênero ou nível social. Tem que ter espontaneidade com responsabilidade”, afirmou o empresário Pedro Mota, que cuida da carreira da dupla César Menotti & Fabiano, entre outros artistas.