Compartilhar notícia
Ao contrário das edições anteriores, nas quais os tidos “vilões” demoravam a dar adeus ao Big Brother Brasil, o cenário do BBB21 é outro. Nego Di, Karol Conká e Lumena saíram em sequência sem nem dividir opiniões: as percentagens de rejeição estão aí para provar. Projota, outro colocado em um patamar de vilania, tem sua possível eliminação cada vez mais próxima. E isso gera um questionamento: tirar os vilões é ruim para o jogo?
Para Luciano Fiorani, especialista em oratória e comunicação política e autor do best seller Pessoas Vem com Manual, os fãs do reality não precisam se preocupar: um novo personagem assumirá essa alcunha. “Gerir conflitos é tônica das relações sociais. Quando não há alguém mau, o foco passa para questões pessoais, importantes para a vida. Por isso, a saída de um vilão do jogo não significa que será, em justa medida, algo ruim. Entendo que toda boa narrativa tem atores indispensáveis e a trama vilão-mocinho é uma delas, podendo qualquer um interpretar os dois”, analisa.
“O que quero dizer é que esses papéis nascem a todo tempo. Logo, a partida de um vai gerar sempre outro. O lugar fica vago por pouco tempo! É assim na vida, será assim no BBB”, completa. Gis de Oliveira, relações públicas e especialista em gestão estratégica de imagem e carreira, tem uma visão parecida. Porém, ela acredita que os participantes possam ser prejudicados por esse egresso precoce.
“De início, pode parecer que a competição vai perder a graça, que tudo vai ficar calmo demais e, na verdade, não é o que acontece. O BBB só funciona porque é construído na desestabilização emocional dos participantes”, afirma. Sendo assim, avalia Oliveira, as provas, a divisão entre Xepa e Vip, o isolamento social, a falta de informação externa, o desafio da convivência entre pessoas com vidas e visões de mundo diferentes fazem com que os brothers saiam da sua zona de conforto — indo para além de dos ditames sociais diários para um maniqueísmo que explode na tela.
“Para os participantes, perder essa figura pode ser ruim porque, quando temos o vilão da vez estabelecido, o foco fica maior nele, garantindo aos outros uma suposta segurança. Quando ele vai embora, os riscos de se tornarem o próximo algoz são maiores”, pontua.
Assista ao Bate Boca Brasil e assine o canal do Metrópoles