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Em entrevista dada a Antonia Fontenelle, Gabriel David, filho de Anísio Abraão David, presidente de honra da escola de samba Beija-Flor, afirmou que tentou encontrar maneiras para poder viabilizar o Carnaval após uma vacina contra a Covid-19, mas a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) não demonstrava interesse em viabilizar um formato para o atual cenário.
O empresário disse ainda que a realização da festa em 2021 é crucial para o horizonte do evento. “A gente está tentando, ao máximo, fazer esse Carnaval em 2021 e acho isso muito importante para o futuro do espetáculo. O Carnaval já vem passando por crise financeira há alguns anos, de problemas de pagamento, funcionários que não recebem em dia, fornecedores que não recebem da forma que gostariam de receber”, afirmou.
“E esse pessoal todo ficar um ano sem trabalhar… Vejo duas saídas: ou eles irão encontrar outra coisa para fazer da vida e dificilmente vão voltar a trabalhar com Carnaval ou eles irão morrer de fome porque não terão dinheiro. Então, é muito importante que a gente tenha o Carnaval em 2021. E, se Deus quiser, a gente vai ter essa vacina e vai conseguir fazer”, completou.
A apresentadora lembrou que Gabriel, chegou a ameaçar nas redes sociais que, se não houvesse Carnaval, largaria mão do evento. O empresário respondeu que não cabe a Liesa discutir saúde, mas analisar fatores externos e aplicar soluções viáveis.
“Se não tiver vacina, serei a primeira pessoa a falar que não tem que ter. Temos que prezar pela saúde das pessoas. Mas, na liga, se discute Carnaval, não saúde. É óbvio que você precisa analisar informações externas para tomar decisões. Mas não pode discutir se e quando vai ter vacina, essa informação você recebe de fora”, afirmou. “Eu fui buscar essas informações, na Fiocruz, com o governador, para ver se era possível ou se não era. Foi quando vi que, talvez, fosse possível”, acrescentou.
Dentro deste cenário, David enxergou que precisava convocar os presidentes para que tomassem uma decisão antes que não houvesse mais tempo hábil para organizarem a folia. “Eu entendi que era o momento de colocar os presidentes na mesa e falar: ‘E aí, vocês irão querer fazer o Carnaval?'”
Segundo ele, os 12 presidentes votaram a favor dentro de um plenária e a Liesa demorou para passar a informação para mídia e para o público: “Ficou um cenário de incerteza para algo que já tinha sido decidido. A minha questão era que, se dentro da Liga a plenária é soberana, se isso não for acatado, perdeu-se todo sentido de estarmos aqui”, analisou.
O empresário acrescentou que às escolas de samba cabe discutir o Carnaval: “A gente ia para liga discutir se ia ter vacina. E isso não cabe a nós, temos que discutir Carnaval, que é o que a gente sabe fazer”. Gabriel, que tenta trazer à festa carioca novos conceitos sobre gestão, também afirmou que, de certo modo, só o aceitam porque é filho de um dos nomes mais importante do evento. “Eles só me engoliram porque sou filho do Anísio, não tem a menor dúvida disso”.