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O mercado da música mudou e, com isso, o tom que rege as negociações também. Grandes nomes da música atual não dependem mais das gravadoras para se manterem nas paradas de sucesso, mantendo as carreiras de forma independente. A coluna do Leo Dias conversou com alguns especialistas no mundo da música e explica como e porque há tanta gente preferindo e conseguindo seguir nos palcos sem o suporte dessas gigantes.
Você com certeza conhece e escuta algum artista independente. Belo, Henrique & Juliano, Emicida, Luan Santana: eles mantém o estrelato sem apoio e investimento de uma gravadora — no caso do rapper, ele tem a própria. Segundo especialistas ouvidos pela coluna, a decisão acontece porque, para eles, não é mais rentável dividir lucros, já que eles conseguem recuperar o investimento.
Além disso, o casting dessas empresas, geralmente, é muito extenso, não permitindo que todas as promessas e medalhões possam ser trabalhados por completo, seja por falta de equipe, tempo ou mesmo interesse. Com isso, ao longo dos anos, a necessidade e a dependência dos cantores e bandas com relação aos seus contratos, no que tange o gerenciamento artístico, tornou-se obsoleto, pois não supriam as necessidades, fazendo com que os artistas buscassem isso fora delas — muitos deles montando os próprios escritórios.
Por isso, quem é conhecido no mercado sabe que não vale ceder às pressões e às porcentagens gordas dos selos que, hoje, perderam espaço. Por outro lado, o mercado da música é muito caro: estratégias de lançamento, metas, o som perfeito no Top 50. Isso exige dinheiro que, por ora, apenas as gravadoras conseguem garantir, fazendo com que novatos sigam dependentes delas. Afinal, não é qualquer um que consegue dar um advance — espécie de empréstimo — de R$ 20 milhões para quem está começando, por exemplo.
Atualização, 15h20: diferentemente do que foi publicado, Zé Neto & Cristiano fazem parte do cast da gravadora Som Livre.