Vinicius Cacofonias, que por anos trabalhou na Globo como roteirista, apresentou novos fatos que envolvem os bastidores do caso Marcius Melhem. O print de uma mensagem de WhatsApp enviada por uma pessoa de bastante influência entre a chefia da época para a equipe do Zorra foi divulgado pelo profissional. O registro em questão escancara uma manipulação para abafar o escândalo de assédio sexual e moral. Na mensagem, a pessoa pede para que o elenco completasse um abaixo-assinado com número de matrícula. O intuito, explica Cacofonias, seria forjar um apoio ao ex-diretor do núcleo de humor da emissora.

Cacofonias também questiona em seu Stories uma matéria que descontextualizou uma foto de reunião de elenco do programa. “Isso aqui não aconteceu […] Essa reunião foi pra receber os novos atores do Zorra. Não teve nada a ver com apoio”, disse o roteirista, citando os nomes de alguns atores do elenco que aparecem na mesma foto. “Descontextualizaram uma foto e colocaram como se fosse uma reunião de apoio. Pra quê forjar se você é inocente?’, completou ele.

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Dani Calabresa foi uma das atrizes que acusou Marcius de assédio moral e sexual. Ela alega que desde que entrou na emissora, em 2015, sofreu diversos assédios e boicotes por parte de Melhem, que era seu chefe na época, como coordenador do Departamento de Humor

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Após se passarem os meses de afastamento, a emissora emitiu outra nota comunicando a saída definitiva do diretor de humor. Porém, não houve nenhuma menção aos crimes que ele teria cometido

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Em março de 2020, a Globo emitiu uma nota afirmando que Marcius seria afastado das suas funções por quatro meses para acompanhar um tratamento da filha no exterior

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Marcius Melhem

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Segundo ele, as mulheres se juntaram a outras colegas com o objetivo de destruir sua reputação. Na opinião dele, trata-se de vingança profissional e até passional em um dos casos

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O ator Marcius Melhem, acusado de assédio sexual

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A mensagem da chefia para equipe do Zorra 

O print da mensagem de WhatsApp mencionado acima diz o seguinte: “Galera, quem assinou aquela carta hoje na reunião. Ninguém colocou matrícula. Vocês podem mandar aqui pra botar na frente do nome, por favor?”. Vinicius, por sua vez, foi enérgico na explicação.

“Assim que começaram os casos, a gente não sabia exatamente o que estava acontecendo, estava todo mundo meio perdido […] A defesa sempre sabe que vai dar merda. Parte da chefia fazer um abaio-assinado pra botar ‘nomezinho’ e matrícula do lado. Tivemos que passar por esse tipo de constrangimento. O otário aqui, mais constrangido ainda porque a maioria das pessoas botaram o nome e o babaca aqui foi dizer: ‘Boto a assinatura no teu cu’. E não assinei. Mais constrangimento ainda. ‘É escroto, é rebelde e se revolta com tudo. Nossa, ele não aceita assédio, onde já se viu. Finge que não viu nada”, comentou Vinicius, que acusa a elaboração do abaixo-assinado como um documento para forjar apoio a Melhen.

Para ele, existem muitos pontos do caso a serem abordados. “Tem muita coisa pra aparecer. É um caso complexo, mas óbviamente tem uma grande estratégia da defesa”, completou.

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