Compartilhar notícia
Nessa segunda-feira (9/8), a coluna Leo Dias relembrou o sequestro de Patrícia Abravanel, que completará 20 anos no próximo dia 21 de agosto. Agora, vamos destacar algumas curiosidades sobre o caso que parou o Brasil. No ano de 2001, aos 24 anos, Patrícia, uma das seis filhas de Silvio Santos, foi abordada por volta das 8h no Morumbi, zona oeste de São Paulo, por dois homens que estavam disfarçados com roupas de funcionários dos Correios. Ela foi sequestrada quando saía de casa para ir à faculdade e ficou uma semana em poder da quadrilha.
Patrícia foi liberada no dia 28 de agosto, após o pagamento de resgate (a informação na época foi que era no valor de R$ 500 mil). Treze horas após o fim do sequestro, Patrícia resolveu falar sobre o ocorrido na sacada da casa da família para dezenas de repórteres e curiosos que estavam no local. Ela chocou o público ao dizer que perdoou os bandidos e que não queria que eles fossem presos, os defendendo e culpando a desigualdade social. “O que tem que ser punido é o sistema de corrupção, porque o povo brasileiro é um povo bom”, disse na época, afirmando ainda que foi chamada de princesa e que assistia televisão durante o cárcere.
No dia seguinte, Silvio Santos foi sequestrado pelo mesmo homem, Fernando Dutra Pinto, de 22 anos. Nada de grave ocorreu com ele também.
Por volta das 9h, o sequestrador cortou o fio que alimentava a segurança elétrica e entrou na propriedade dos Abravanel, fazendo a família toda refém. Fernando permitiu que as mulheres saíssem da casa logo em seguida, mantendo apenas o apresentador em cárcere, sob um revólver. O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou a ir pessoalmente à casa de Silvio para negociar a rendição. O apresentador pediu para que ele garantisse a segurança de Fernando ao sair da residência, na entrega do criminoso à polícia.
Os policiais chegaram a levar a irmã do sequestrador ao local do crime para tentar convencê-lo a se render. Após inúmeras tentativas, o próprio dono do SBT assumiu o comando das negociações e, sete horas depois, foi libertado.
Segundo os noticiários na época, o criminoso entrou na residência justamente para pedir auxílio ao apresentador, após sua fuga cinematográfica que chegou a mobilizar 100 viaturas policiais na capital paulista. De acordo com Fernando, sua família sofria ameaças injustas em relação a um crime cometido apenas por ele e por seu irmão Esdras.
Fernando morreu um ano depois na cadeia, no CDP do Belém, zona norte de SP, de infecção generalizada por ferimentos obtidos na cadeia.
Filme que não saiu do papel
O filme Silvio Santos – O Sequestro, com o apresentador da Record TV Rodrigo Faro no papel do empresário, estava programado para ser lançado no dia 12 de dezembro de 2019 nos cinemas de todo o Brasil. A direção foi assinada por Maurício Eça e a produtora responsável era a Paris Entretenimento.
Faro chegou a compartilhar no Instagram a felicidade ao ser escolhido para interpretar o dono do SBT. “E o nosso encontro tão esperado aconteceu! Falamos muito sobre o filme, onde vou viver a história desse grande homem que faz parte das nossas vidas há tantos anos. Querido Silvio Santos, obrigado por me receber com tanto carinho no seu camarim”, escreveu.
O perdão de Íris Abravanel
Em abril de 2020, Íris Abravanel resolveu falar sobre o caso no canal de Patrícia Abravanel no YouTube. “É muito difícil perdoar o sequestrador da sua filha enquanto ela está no cativeiro. Isso foi difícil. Eu sabia que se não liberasse o perdão, eles poderiam fazer alguma coisa contra você”, disse a esposa de Silvio Santos para Patrícia. “Foi o perdão mais difícil da minha vida. Aí tive que entender, eles são jovens, vai saber a vida deles”, contou.
“Tive empatia com a mãe e com a família, só assim consegui perdoar. Porque realmente não sabem o que estão fazendo. Não sabem o quanto de mal estão fazendo para uma família toda. Eu pensei, se eu der esse perdão, nem um fio de cabelo da Patrícia vai ser tocado”, continuou Íris.