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Recife, BH e Salvador: Carnaval deve ser restrito a festas fechadas

Olinda também não deve ter festa nas ruas. Em SP, mais de 70 municípios já cancelaram a folia marcada para fevereiro de 2022

atualizado

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Desfile do Bloco Galo da Madrugada, em Recife
1 de 1 Desfile do Bloco Galo da Madrugada, em Recife - Foto: null

O crescimento dos casos da Covid-19 em países europeus e a lentidão na campanha de vacinação no Brasil estão ameaçando a principal festa popular do país. Segundo informações obtidas pela coluna LeoDias, há uma enorme tendência de que, em 2022, o Carnaval fique restrito a festas fechadas — e privadas — em alguns dos principais destinos dos foliões. Os eventos seriam exclusivos para pagantes, com a exigência de comprovante de vacinação. Sim, caro leitor: o Carnaval de rua, como conhecemos, não deve dar as caras pelo segundo ano consecutivo. Pelo menos é o que se discute como saída para a festa em Salvador, Belo Horizonte, Olinda e no Recife. No Rio de Janeiro e em São Paulo, pelo menos por enquanto, a folia está confirmada.

Quando o assunto é o Carnaval de Salvador, um dos mais famosos do país, prefeitura e governo do estado ainda buscam alternativas. Conforme antecipado pela coluna LeoDias nessa quarta-feira (24/11), o grande problema na capital baiana é o alto número de pessoas que ainda não foram tomar a vacina contra a Covid-19. Existe a expectativa de uma reunião entre o governador Rui Costa (PT) e o prefeito da capital, Bruno Reis (DEM). O encontro deve acontecer ainda nesta semana. Vem do prefeito de Salvador a ideia de realizar a festa em outra data, fora de época, caso os números da pandemia impossibilitem que o calendário oficial seja seguido. Enquanto isso, artistas como Ivete Sangalo já buscam outras saídas. A baiana alugou um Centro de Convenções e pretende realizar um Carnaval privado durante seis dias, em fevereiro.

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Em SP, mais de 70 cidades já cancelaram a festa. Na capital, cronograma segue normal.
Com incertezas provocadas pela pandemia, festa tem 90% de chances de não acontecer em Salvador
Em Olinda, folia está ameaçada...
...assim como na vizinha, Recife, que tem o tradicional desfile do Galo da Madrugada
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Cordão do Bola Preta: o maior bloco do Rio de Janeiro. Por enquanto, cidade tem folia confirmada para as ruas em 2022

GILVAN DE SOUZA/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Em SP, mais de 70 cidades já cancelaram a festa. Na capital, cronograma segue normal.

BRUNO ROCHA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Com incertezas provocadas pela pandemia, festa tem 90% de chances de não acontecer em Salvador

Arthur Garcia/Agecom
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Em Olinda, folia está ameaçada...

divulgação/ prefeitura de olinda
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...assim como na vizinha, Recife, que tem o tradicional desfile do Galo da Madrugada

MARLON COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Em São Paulo, mais de 70 municípios já decidiram cancelar o carnaval 2022. Botucatu, Sorocaba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano estão na lista das cidades sem folia no ano que vem. Na capital paulista, no entanto, o cronograma oficial está mantido. A decisão final deve ser anunciada até o início de dezembro. No início do mês, a prefeitura de São Paulo recebeu 867 inscrições para desfiles de blocos de rua. Oficialmente, a informação é a de que a festa vai depender da situação sanitária, mas a gestão municipal já sinalizou que os festejos devem ocorrer sem restrições. A estimativa é de que 15 milhões de pessoas participem do Carnaval 2022 na cidade.

Em Pernambuco, onde as dúvidas ameaçam os carnavais de Recife e Olinda, o secretário de Saúde, André Longo, já declarou que “não há segurança sanitária” para a realização de eventos que envolvam grandes aglomerações. O prefeito da capital, João Campos (PSB) propôs a criação de um comitê para que prefeitos discutam as condições sanitárias que permitiriam a realização da festa. Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte integrariam o grupo. Na última quarta-feira, (24/11) a prefeitura de Recife informou que a decisão sobre o carnaval ainda não foi tomada, e depende das autoridades sanitárias.

Na capital mineira, que registrou um grande crescimento no Carnaval de rua na última década, a prefeitura já anunciou que não vai patrocinar a festa. Na última terça-feira (23/11), o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte divulgou uma nota técnica com uma série de justificativas que embasam a decisão. De acordo com o documento, a cobertura vacinal ainda estaria abaixo do recomendável e uma parcela importante da população ainda não tomou a dose de reforço. A nota também destaca que não haveria tempo suficiente para aplicar o imunizante em todo o público elegível até fevereiro. Em outro trecho, a nota sinaliza que no dia 21 de novembro, o Brasil estava com 74,02% da população com duas doses, índice abaixo do estabelecido pelos pesquisadores para que se alcance a imunidade de grupo, que é de 80 a 85%.

Em entrevista à TV Globo, na última segunda-feira (22/11), o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, disse que um “Carnaval desorganizado é mais arriscado do que o Carnaval organizado”. O secretário também informou que busca atualizar protocolos para que os municípios mineiros possam garantir que as festas aconteçam com segurança. Entre as medidas estariam a limitação do número máximo de foliões por bloco e a obrigação de testagem e apresentação do passaporte vacinal. “Se a gente não der essa orientação, o Carnaval vai acontecer de forma desorganizada com maior risco para a população”, afirmou.

Na segunda-feira (22/11), a diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS) para acesso a Medicamentos, Mariângela Simão, fez um alerta: segundo ela, o mundo está entrando na quarta onda de casos de Covid-19. Mariângela citou o Brasil ao chamar a atenção para a necessidade de que países não relaxem as medidas de controle da doença e mencionou uma preocupação especial com o carnaval:  “Me preocupa bastante quando vejo no Brasil que tem discussão sobre a abertura do Carnaval. Isso é realmente uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar já as ações para 2022”, disse, durante a abertura do Congresso Brasileiro de Epidemiologia.

 

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