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Há 10 anos, a Crowley, plataforma que cria relatórios de execuções musicais nas rádios, dominava o mercado da música. Isso porque estar bem posicionado por lá significava portas abertas nos principais programas de televisão e, principalmente, garantia um bom passe em relação aos cachês dos shows.
Cenário muito diferente do atual já que, infelizmente, a Crowley perdeu uma enorme relevância. Quem tomou essa fatia do mercado da música foi o Spotify, uma das maiores plataformas de streaming do mundo. A rede é o referencial de contratantes, emissoras de televisão e produtoras musicais mesmo que ainda não seja um aplicativo totalmente gratuito e usado pela grande massa da população.
Os hábitos dos ouvintes mudaram, e eles não mais dependem da rádio. A ascensão das plataformas de streaming levou o usuário a ter mais autonomia e não depender do que o dono de uma rádio, por exemplo, quer que ele ouça. Hoje, você cria sua própria playlist e independe do que o mercado quer te empurrar em outros serviços.
Outro fator importante a ser levantado foi a venda do espaço, ou seja, na hora de fazer um lançamento, a gravadora ou o próprio autor pagava por um espaço na grade de uma grande rádio. Mas o que acontecia é que o tempo comprado acabava sendo medido também pela Crowley, o que desvirtuava o valor real da música.
Vale lembrar que ainda há uma barganha por espaço dentro do Spotify e das plataformas de streaming, assim como acontecia nas rádios. Se a agregadora ou gravadora do artista tem influência, ela consegue colocar seu lançamento nas melhores playlists. No caso do YouTube, por exemplo, há alternativa de impulsionar um clipe com campanha paga para que ele possa ser visto por mais pessoas. No entanto, isso não tira a independência do usuário de ouvir o que ele quer na hora que deseja.