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O caso de DJ Ivis, infelizmente, não é algo novo na história. Não em um Brasil onde 500 mil mulheres são agredidas por hora. Mas o que vimos há uma semana foram sinais visíveis de evolução social, principalmente no universo das celebridades em que homens brancos, cis e ricos detém o poder. Nada disso foi suficiente e livrou o compositor da execração social. Vimos grandes empresas e artistas se posicionando e tomando atitudes concretas.
Há uma semana, ele dominava as paradas musicais com cinco sucessos entre os mais tocados. Porém, as plataformas Deezer e Spotify, fenômenos quando o assunto é streaming, retiraram as músicas de DJ Ivis de todas as principais playlists. E o que isso quer dizer? Após a retirada, as músicas perdem 30% de seu alcance.
Além disso, a Sony Music Brasil encerrou seu contrato com o produtor musical que, além de intérprete, produzia os principais sucessos de nomes como Zé Vaqueiro e Xand Avião. Os danos não só para carreira dele mas para música serão enormes, o novo forró no Brasil tinha a cara de DJ Ivis. Mas essa era acabou.
Que o caso de DJ Ivis sirva de lição não só para entendermos de uma vez por todas que não há distinção entre pessoa física e jurídica. E para darmos voz e credibilidade as mulheres já que se não fossem aquelas imagens, Pamella seria taxada como “biscoiteira” e a voz do agressor ecoaria em nossos smartphones.
A música, o BBB, as redes sociais são um recorte social – maquiado com filtros mil, é claro – daí fica o questionamento: o que você consome, te representa?