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Em época de cancelamentos, muitas pessoas se acham no direito de dar opiniões sobre o relacionamento das celebridades, sejam os fãs ou apenas um seguidor nas redes sociais. Esta semana, o assunto do divórcio de Whindersson Nunes e Luisa Sonza voltou à tona novamente, um ano após a separação, e a cantora desabafou sobre o quanto se sentiu julgada nesse período. Mas, afinal, por que o público interfere tanto nas relações pessoais dos artistas?
A coluna conversou com o psicanalista Junior Silva, que explicou esse comportamento. “Todo fã é padrinho de casamento do seu artista! Se a gente definisse a função de um padrinho de casamento, seria: cuidar, ajudar e ser guardião daquela união. Quando um artista se casa, seu fã torna-se seu padrinho porque torce, gosta e quer ver o casal feliz. Com isso, ele se sente no direito de opinar, falar e até mesmo julgar”, disse ele.
Mas o que os fãs de fato sabem sobre o casal é apenas uma fração fornecida por outros ou a visão de uma das partes. “Só o casal é quem vive a situação. Mas o lado escolhido pelo público vai depender de com quem se tem mais afinidade. Temos visto nas redes o caso do Whindersson Nunes e Luisa Sonza, e os fãs ainda estão falando da separação e criando teorias”, explicou ele.
Apego pode ser prejudicial
“Outro exemplo muito marcante e midiático foi quando o William Bonner e a Fátima Bernardes se separaram, o que gerou uma comoção pelo Brasil todo. Os ‘fãs padrinhos’ não aceitaram a separação e até hoje tem pessoas que torcem pela volta do casal como se fosse uma escolha nossa e não deles”, comentou o psicanalista, que lembrou também o caso de Gusttavo Lima e Andressa Suita.
Porém, esse apego a um casal que não existe mais também pode ser prejudicial para o fã e para o artista. “Esse cuidado, essa ajuda, pode extrapolar os limites. Muitos se sentem no direito de ameaçar, ofender, cancelar e até mesmo chegar ao limite extremo, como temos visto no caso do Whindersson e da Luisa nos últimos dias. Isso é extremamente prejudicial”, ponderou Junior.
“Ao casar e se separar, o famoso paga um alto preço de ter milhões de padrinhos que se sentem no direito de interferir nessa relação. Talvez precisemos aprender a amar o próximo e respeitar as escolhas do seu ídolo, independentemente de qual for. A celebridade é um ser humano que merece ter o direito de escolher seus melhores caminhos, mesmo que não venha preencher nossas expectativas”, concluiu.