Compartilhar notícia
A morte do ator Paulo Gustavo, aos 42 anos, vítima de complicações da Covid-19, tem gerado um comoção nacional em milhões de brasileiros, sejam eles famosos ou aqueles que nunca tiveram a oportunidade de conhecer o humorista. Isso traz um questionamento: por que a morte de celebridades mexe tanto com o emocional das pessoas?
A coluna conversou com o psicanalista Junior Silva sobre as razões psicológicas que nos levam a lamentar tanto a perda de artistas. “O vínculo que criamos com celebridades é forte pois eles representam muito de nossas emoções. Não seguimos uma celebridade pelos defeitos dela, mas pelas qualidades e tudo aquilo que ela nos proporciona: risadas, reflexões e inspirações. Eles acabam devolvendo o que a vida nos tira muitas vezes, por conta dos problemas do dia a dia,” explica ele.
A sensação é diferente, inclusive, daquela vivenciada por quem vê um parente morrer. “Quando perdemos um familiar, perdemos alguém que gerou felicidade, tristeza, mágoas, entre outros sentimentos. Já quando uma celebridade morre, o que vai embora é somente o que gera coisas boas. Deixamos de ter alguém que fala o que não falamos, faz o que não conseguimos, traz o riso, a inspiração e a esperança que não vemos em nós. Como se fosse um sentimento puro de salvador daquilo que não damos conta,” conclui o psicanalista.