Para mergulhar no BBB22, público e brothers precisam desapegar do 21
Comparações entre participantes das duas edições se espalham pelas redes e sufocam surgimento de novas histórias e personagens
atualizado
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Bastou que a Globo divulgasse os nomes do elenco da Pipoca do BBB22 (Big Brother Brasil) para que a internet desse vazão a uma série de comparações entre os anônimos selecionados por Boninho neste ano e os que protagonizaram a edição do reality no ano passado. Em busca da nova Juliette e do Gil do Vigor modelo 2022, o público desperdiça a chance de deixar surgirem novos personagens e histórias no reality show da TV Globo.
Apontado (precocemente) como o maior fenômeno da temporada, o cearense Marcos Vinícius, conhecido como Vyni, tem despertado amor e ódio nas redes sociais. Na mesma velocidade em que cresce o número de seguidores do digital influencer no Instagram, aumentam os rumores de que a equipe dele teria copiado a linguagem e a estética utilizadas pela campeã do BBB21, Juliette Freire, nas postagens publicadas nas redes sociais.
Até mesmo a cantora falou sobre a situação durante participação no Encontro, na segunda (17/1): “Acho que ele é meu fã também, porque ele fez uma foto com a arte igual a minha”, disse a milionária da edição passada, talvez sem perceber que acabara de colocar mais espinhos (de cactos?) no caminho do brother confinado.
Há quem veja em Vyni traços de Gil do Vigor. Gays, afeminados e nordestinos, os dois têm, de fato, biografias com traços semelhantes. Mas isso não é o bastante para dizer que terão a mesma trajetória. Aliás, isso não deveria sequer ser considerado: por mais que tenhamos características parecidas, todos somos indivíduos; únicos.
Ser “condenado” a ser uma “nova Juliette” ou um “novo Gil” tira de Vyni a possibilidade de ser quem é de verdade: ele mesmo. Rotulá-lo como “clone” de outros ex-BBBs sonega do participante a chance de se mostrar tão único quantos os jogadores da temporada passada. E se ele só tem a própria história para contar no confinamento, como vai poder lidar com as frustrações dos que esperam uma Juliette ou um Gil 2.0?
O mesmo vale para Eslovênia. Paraibana — como Juliette — e moradora de Pernambuco — terra de Gilberto –, a jovem também vem tendo a própria identidade apagada pelas comparações com os perfis apresentados pelos que a antecederam no jogo. É como se o público estivesse ansioso por um remake do BBB exibido há exatamente um ano. O que não faz o menor sentido, diga-se de passagem…
No polo oposto, Naiara Azevedo e Natália Deodato também têm sido “celebradas” na web como uma espécie de reedição da dupla formada por Karol Conká e Lumena Aleluia no BBB21. Mais um equívoco, que, para aderir ao “lumenês”, pode inviabilizar jornadas autênticas e resvalar em BOs incapazes de surpreender a audiência.
Dentro da casa, é bem verdade, os jogadores também se referem aos participantes da temporada passada com frequência. Erro de cálculo. Depois de um fenômeno das dimensões gigantescas do BBB21, talvez resultasse melhor buscar uma conexão própria com a audiência, sem reforçar o apego à temporada exibida no ano passado. Para mergulharem na vigésima segunda edição do reality mais assistido do país, público e participantes precisam desapegar.
E isso não quer dizer que alguém deva deixar de gostar dos brothers que tanto bombaram no ano passado. É apenas um convite para que estejamos, todos, abertos para o tanto de confusão, emoção e entretenimento que as 20 pessoas selecionadas para essa edição podem nos oferecer.
Lembra quando vovó dizia que “figurinha repetida não completa álbum”? Talvez a lógica seja um tanto quanto parecida. E a boa notícia é que as figurinhas novas chegaram…
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