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Em apenas um ano, Rachel Gutvilen, ex-bailarina do Faustão, viu sua vida se transformar. Ela descobriu em 2020 que o filho Romeu, de apenas 6 anos, tem um talento extraordinário para o xadrez e decidiu incentivá-lo. Nesse curto período, ele já participou de campeonatos, entre eles o Brasileiro de Xadrez, realizado no dia 4 de julho, em Florianópolis (SC). O desempenho de Romeu o proporcionou uma vaga no Pan-Americano.
O Campeonato Brasileiro de Xadrez reuniu oito dos melhores enxadristas mirins de várias cidades. Pela primeira vez na história da modalidade no Brasil, foi incluída a categoria sub 6, a que Romeu participou e conquistou o 3º lugar em 2 modalidades, blitz (xadrez rápido) e clássico (xadrez pensado). “Foram quatro dias de disputa, com sete partidas, das quais ele venceu cinco. Ele também competiu um torneio on-line há três meses e foi através deste que ele se classificou para o Pan Floripa 2021, que será realizado entre os dias 4 e 10 de setembro”, conta Rachel.
Por estar desempregada e sustentar o filho sozinha, Rachel decidiu pedir a ajuda de amigos e seguidores de suas redes sociais para conseguir levantar cerca de R$ 5 mil para custear as despesas do pequeno atleta no campeonato. “É para a inscrição de R$ 830, passagens, hospedagem, alimentação… No mínimo. E, no final de setembro, terá o campeonato nacional escolar também, em Caxambu. Então, é muito custo”, revela.
A vaquinha é online e está no Ajudaê. “Romeu é um filho maravilhoso e meu maior desafio, já que, como muitas mães brasileiras, não tenho o apoio do pai, que tem grana, mas não ajuda. E, agora desempregada, a vaquinha foi uma solução”, confessa Rachel.
Menino superdotado
A mãe de Romeu explica que descobriu que o filho tem uma inteligência acima do normal com a ajuda de uma amiga neuropsicóloga. “Roselene Wagner me direcionou quando eu me senti perdida. Ela me explicou tudo sobre superdotação. Foi fundamental a ajuda dela. É uma condição, precisa de atenção”, diz. “Ele tem um cérebro muito rápido, faz parte de um por cento da população de qualquer menino de seis anos, está no laudo dele. O QI do Romeu é muito alto, é 138. O Steve Jobs, por exemplo, tinha 140, adulto”, continua.
A criança é louca por números, segundo a mãe. Foi aí que ela viu o xadrez como solução para ajudar no desenvolvimento do filho. “Eu o entendo e dou o que o cérebro dele demanda. Sem medo. Ele é uma criança normal, faz birra, porém a capacidade de armazenar informação é de um adolescente de 15 anos. Ele consegue fazer coisas extraordinárias com matemática, quer desafios e fica realizado. Então o xadrez somou na nossa vida, e é considerado um esporte, muito bonito, aliás. E só tem benefícios, pois ajuda na concentração, atenção, paciência, tomada de decisão, inteligência emocional, entre outras coisas”, fala Rachel.
“O professor Fábio (Gomes de Castro) ensinou tudo que sabia de xadrez para o Romeu. Ele é professor de matemática, porém sabe muito de xadrez. O ensinou e, em três meses, com 5 anos ainda, Romeu começou a ganhar dele. E já fazia MMC, MDC, expressões com chaves, colchetes, parênteses, potências, raiz quadrada…”, revela Rachel. “É muito legal. A gente está superfeliz. E ele é muito feliz, o que me deixa mais feliz como mãe”, finaliza.