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É difícil dar a dimensão do poder dessa tal banca digital. Vou tentar ser didático: essas páginas são administradas por um pequeno grupo de jovens, em sua grande maioria com apenas o ensino médio completo, mas que tem nas mãos, juntos, mais de 50 milhões de usuários. Com o passar dos anos, eles decidiram se unir pois, juntos, seriam mais fortes. E, de fato, são.
É importante ressaltar que não há crime algum no que eles fazem. Vender o espaço nas páginas deles é um direito. O problema é a maneira que a informação chega ao consumidor. Eles não são jornalistas, não estudaram para tal profissão, mas, em suas postagens, fazem parecer que a informação ali publicada é verídica e relevante. Para maquiar o conteúdo total, eles misturam postagens pagas com notícias reais, apuradas por veículos sérios e com credibilidade. Sendo assim, num rápido passar de olhos, tudo parece verdadeiro e de cunho jornalístico, mas não é. Eles inserem a publicidade (muitas vezes mentirosa) com notícia. A manipulação está aí. E detalhe: eles não informam que aquela publicação foi paga por alguém. Aí, parece espontâneo. Parece legítimo.
O leitor precisa ter um olhar apurado para discernir o que é verdade do que é manipulação. E isso é muito difícil. A internet foi a responsável por deixar em igualdade de condições jornalistas renomados com qualquer outro perfil de quem você não faz a menor ideia de quem assina. Cada post no seu feed passa pelos seus olhos em fração de segundos. E se essa mesma informação se repete várias vezes pelo seu olhar, tenha certeza que isso virará verdade.
Tenha um olhar crítico sobre tudo o que você vir no Instagram, há um enorme jogo de interesses por trás das postagens. Tudo parece divertido e leve. Mas, no fundo, tudo tem uma função. Duvide, questione e desconfie do “efeito manada”, tanto para o bem quanto para o mal. Tanto para elevar alguém, quanto para destruir. Quando todos pensam igual, saiba que poucas pessoas estão sendo beneficiadas. Pensar diferente e fazer escolhas próprias é uma consequência natural do pensar. É natural do ser humano.