Compartilhar notícia
Eu amo Carnaval e devo muito da minha carreira à festa e, por isso, me sinto com propriedade para falar sobre o tema. Fui eu quem convidei, em 2010, Sabrina Sato para ser rainha de bateria da Vila Isabel. Na época, minha função era levar famosos para a escola e, consequentemente, mídia.
Há 11 anos, ela era musa do Salgueiro e relutou em aceitar a proposta. Tempos depois, voltou atrás. A chegada dela foi uma catarse. A festa de coroação reuniu todas as rainhas do Rio, algo inédito.
Sabrina tinha tudo para dar errado como rainha: sambava mal, paulista com sotaque carregadíssimo e não conhecia nada da hierarquia carnavalesca, algo que é fundamental no reino do Carnaval.
Mas Sabrina tinha algo que pouquíssimas pessoas têm: carisma. Eu me lembro um dia, logo após um ensaio na quadra, em que fomos expulsos da quadra e Sato sentou-se no meio fio, às 6 da manhã, para continuar a beber cerveja. Não havia sóbrios e poucos lúcidos ao redor. E Sabrina era a mesma. Tratando a todos com igualdade. Ali eu percebi que estava diante de uma rainha. Não de bateria. Mas uma rainha.
Durante seu reinado, a apresentadora profissionalizou o posto de rainha. Investiu pesado, gastava meio milhão de reais em fantasias (pra ensaio e desfile) e deu ao Carnaval o seu verdadeiro valor.
Em 2019, Sabrina foi destronada. E saiu calada e ainda concordou em vir em um posto de menor expressão. Só quem ama Carnaval aceitaria tal coisa, não é mesmo?
A volta de Sabrina é o mea culpa da Vila, que errou ao fazer a mudança repentina. Os meios que levaram Riscado à ascensão na escola não vêm ao caso e não serão citados por esta coluna. Um tiro no pé. Aline é linda, gentil, mas substituir Sabrina Sato, amor, tem que ter algo que, hoje, ninguém no Brasil tem.
Sabrina, bem-vinda de volta. O Carnaval precisava muito de você.