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Com a pandemia da Covid-19 o mundo parou. A humanidade precisou se readaptar e, principalmente, se reinventar. A rotina foi a que mais sofreu com todas as transformações. Hoje, muitas pessoas passam a maior parte do tempo em casa. Mesmo ainda focadas no trabalho, conseguem arrumar mais tempo para se divertir com a família, o que é positivo no meio disso tudo. Pensando nisso e no Dia dos Pais, comemorado neste domingo (8/7), a coluna resolveu saber de famosos, que geralmente ficavam muito tempo longe da família, como está sendo para eles esse “novo normal”.
O cantor e produtor Xand Avião, o humorista e músico Tirullipa, o cantor Frank Aguiar, o ator Luka Ribeiro, o sertanejo Gilson (dupla com Gabriel) e o humorista Rafa Cunha foram os artistas que contaram tudo pra gente.
Xand Avião
“Na pandemia, a recompensa é estar perto dos filhos, passar finais de semana com eles, escolher para onde eles querem ir, poder ir à praia, para uma lagoa, serra… Conseguir vê-los crescer também, porque eu não tinha essa oportunidade, cada dia é uma coisa nova, uma experiência nova, isso é muito bom. Mas tem os desafios, né? Um deles é explicar para eles tudo isso que estamos vivendo. A pandemia é mundial, parou o mundo. Vou fazer 40 anos e nunca tinha vivido isso. Minha filha tem nove e está vivendo. Vai ter história para contar para os netos, e eu também”, diz o cantor e produtor.
Xand Avião, que é pai de Isabella, de 9 anos, Enzo, de 13, Adryan, de 18, e Aguida, 20, confessa que no início da pandemia teve medo, e que ter que passar segurança para os filhos, mesmo nessa condição, foi um grande desafio: “Tentar manter a cabeça no lugar para eles saberem que podem contar com a gente foi um desafio. Não vou mentir que no começo da pandemia eu dei uma balançada, psicologicamente falando. Se não fosse a minha esposa, seria mais complicado ainda”.
Antes da pandemia, o artista fazia cerca de 20 shows por mês. “Eu era um cara superativo, viajava de quarta à domingo, toda semana, fazia de 18 a 20 shows por mês. E de uma hora para outra, travou tudo. Passei sete meses sem colocar o pé fora de casa. Então, nos primeiros dois meses, senti muito. Foi bem louco mesmo. O desafio foi esse, botar a cabeça no lugar para direcionar meus filhos, dizer que o pai está aqui, que a mãe está aqui, para o que der e vier, que isso vai passar. Tivemos Covid, eles ficaram preocupados, a gente se curou, graças a Deus, tomamos a primeira dose da vacina… Mas estar perto da família, poder estar mais tempo com eles foi muito bom”, conta.
Tirullipa
“Na pandemia, acho que para todos foi um momento desafiador. As crianças em casa e, mais tempo nas redes sociais para passar o tempo, acabei descobrindo que além de humorista, virei dançarino no TikTok com elas. E a gente precisa ficar atento a quantidade de horas nas plataformas, nas atividades de casa, porque se deixar, fazemos bagunça o dia todo. E esse tempo de aproveitar as filhas e o meu pai, a pandemia trouxe como oportunidade”, destaca o artista, que é pai de Lunna Vitória, de 6 anos, e de Layla Vitória, de 10.
Para Tirullipa, o Dia dos Pais tem uma importância muito grande em sua vida. “Digo que é a data mais importante do ano. Primeiro porque eu tive meu pai (Tiririca) como meu ídolo e sempre era uma data difícil de passar com ele, porque ele fazia muitos shows. No começo da carreira dele, meu pai vivia no mundo e, Dia dos Pais, era uma data muito concorrida para shows. Quando meu pai parou de fazer shows e foi para a política, passei a fazer shows e, no Dia dos Pais, não podia encontrar com ele porque estava fazendo shows. Complicado”, explica o humorista.
“Então invertemos as posições. Ele ficava em casa e eu ficava no mundo. Aí nunca conseguíamos ficar juntos. Sempre foi aquele sofrimento, desde criança. Eu não podia abrir mão porque tinha que ganhar meu dinheiro, o pai também tinha que correr atrás… Enfim, foi um tempo muito difícil”, continua Tirullipa.
O artista revela que ser pai sempre foi um grande sonho, mas teve que recorrer à fertilização in vitro para realizá-lo. “Não conseguia engravidar a minha esposa e foi aquela luta. Perguntava: “Será que eu não vou ser pai?”. Aí fiz fertilização in vitro para poder ter a minha primeira filha. Depois tive a outra, com fertilização, a Lulu. Foram duas fertilizações in vitro. Para mim, Dia dos Pais é a data mais importante porque eu consegui ser pai”, confessa.
Para não repetir a experiência que teve com o pai, Tirullipa decidiu não fazer shows no Dia dos Pais. “Eu lutei tanto para ser pai, por que agora eu vou deixar minhas filhas para trabalhar? Então parei de fechar shows neste dia para estar com elas. Hoje eu posso bater no peito e dizer assim: Tenho que dar meu direito de estar com meu pai e com as minhas filhas. E esse ano, de novo, graças a Deus, por três anos consecutivos, vou conseguir estar com eles. A frase que eu sempre digo, e meu pai também, é: “Ser filho é ter um pai”. Feliz Dia dos Pais!”, finaliza o humorista.
Frank Aguiar
“Tem uma frase que gosto de utilizar muito: “Em Todo Veneno tem um Antídoto”. Há muito tempo, as pessoas estão reclamando da pandemia, da crise e de tudo. Decidi trocar o reclamar por agradecer, porque são nas dificuldades da vida da gente que o universo traz os maiores ensinamentos. Eu reclamava que não tinha tempo e férias para ficar em casa. Em 30 anos de carreira, não tinha tirado 30 dias de férias para ficar em casa. Aí a pandemia veio e eu estou aqui, quase dois anos em casa. Pude ter mais convívio com meus filhos, com meu lar e comigo mesmo”, conta o cantor.
Frank, que é pai de Valentina, de 10 anos, Breno, de 17, Ítalo, de 22, e Luma, de 24, comenta que até conseguiu crescer espiritualmente. “Pude me conhecer mais e ressignificar, fiz o que pude fazer para ser uma pessoa melhor. Pude crescer, espiritualmente e emocionalmente, me equilibrei. Mesmo estando triste e com toda a solidariedade às pessoas que partiram, está sendo um momento próspero para mim. O maior convívio com meus filhos foi meu maior presente de Dia dos Pais”, confessa.
Luka Ribeiro
“Ser pai em tempos de pandemia trouxe uma série de desafios que a gente não esperava, como, por exemplo, monitorar o uso do celular e das mídias digitais. Como tenho uma filha que está prestes a completar 15 anos e que agora fica mais tempo em casa usando o aparelho para se distrair, tenho que ficar de olho para ver com quem está falando e o que tá fazendo. O estudo online foi outro desafio muito grande. A gente tenta motivar porque é uma coisa que eles nunca tinham vivido, e isso muda todo o sentido do estudo. É prova online, estudo online, aula online… vários desafios”, diz o ator, que é pai da Valentina.
Mas Luka não deixou de ressaltar a felicidade que está tendo em poder estreitar o relacionamento com a filha. “A convivência está sendo extremamente intensa entre pai e filha. Com a pandemia, com o isolamento social, isso se intensificou muito. Então é você entender o outro, respeitar, por mais que seja o seu filho, muito mais jovem, existe sempre um conflito de gerações… São muitos os desafios, mas que no final das contas acaba dando tudo certo, porque acho que o respeito e, principalmente, o amor prevalecem”, fala.
Gilson (da dupla com Gabriel)
“Ser pai é um dos maiores presentes da minha vida. Mas a pandemia trouxe uma tarefa difícil, porém gratificante, aproveitar mais tempo com a minha pequena. Tudo bem que a gente gasta bastante energia tendo que brincar, monitorar as atividades e dar atenção, mas ver o sorriso da Clara é maravilhoso para mim”, derrete-se o cantor pela filha Clara Modrzejewskide, de 6 anos.
Rafa Cunha
O humorista, que é pai de Miguel, de 5 anos, e Davi, de 6 meses, diz que não é nada fácil criar conteúdo para internet e trocar fraldas ao mesmo tempo. “O maior desafio de todos é aguentar uma mulher e um filho. E na pandemia, a gente ainda faz mais um menino. Complicado! É brincadeira, mas realmente é uma tarefa difícil. Minha rotina ficou em criar conteúdos para a internet, trocar fraldas do mais novo, dar banho, ajudar nas atividades do mais velho, brincar, fazer reuniões online… Tem que ter energia em dobro! Mas tudo isso não tem preço. É um esforço que cada segundo vale a pena”, revela.
“Hoje eu me pergunto como consegui viver sem eles. É um amor inexplicável. Digo, de cinco a dez vezes por dia, que amo o meu filho mais velho, porque meu filho mais novo ainda não entende. E construí um carinho com o mais velho. E a recíproca é verdadeira porque, diariamente, ele diz: “Papai, eu te amo tanto”… Uma criança de cinco anos. É importante demais isso. Não recebi isso do meu pai. Hoje, graças a Deus, ele mudou muito. Então, o que eu não recebi de carinho, quis dar para os meus filhos. Tenho certeza que não sei viver sem eles”, fala Rafa, que é pai de Miguel, de 5 anos, e de Davi, de 6 meses.
O humorista continua: “O maior medo da minha vida hoje é acontecer alguma coisa comigo e ter que deixá-los. E digo: “Meu Deus do céu, como que seria?”. Não me imagino sem eles dois. É um amor surreal, e é ótimo ser pai. Tenham filhos, é ótimo!”.