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Autodidata, Kevin O Chris é um artista completo: compõe, produz e interpreta. O cantor já alcançou mais de um bilhão de plays no Spotify e segue como um dos principais nomes do funk na atualidade. Quando ainda podíamos nos aglomerar, 11 em cada 10 funks que embalavam nossas noites tinham seu nome no meio.
Basta lembrar de Hit Contagiante, Medley da Gaiola, com Dennis DJ, Evoluiu e Ela é do Tipo, que ganhou versão internacional com o rapper Drake. Nascido em Duque de Caxias, ele entrou para a história ao ser o primeiro funkeiro a se apresentar no Lollapalooza, em 2019, ao lado do cantor americano Post Malone.
A coluna Leo Dias bateu um papo com o cantor, confira!
O que podemos esperar dessa nova faixa?
Saudade, Né? é um som leve, para cima. Eu estava só esperando a vacina chegar por aqui para voltar a lançar o meu DVD novo [Todo Mundo Ama O Chris]. O que mais gosto de fazer é levar alegria pra geral e, agora, com um pouquinho mais de esperança de que tudo vai voltar ao normal daqui a pouco, sinto que é um momento bom para lançar esse novo projeto.
Saudade, Né? é uma composição sua?
É minha, do Dilsinho e de mais dois amigos, sendo um deles o Rafinha RSQ, que foi diretor musical do DVD. Tem uma parte em que brinco com a música Péssimo Negócio, do Dilsinho, e ele canta um verso de Ela É do Tipo, um som meu. Ficou satélite!
Como foi o processo de escolha do feat?
O Dilsinho, assim como eu e todos os convidados do Todo Mundo Ama O Chris, é um artista que gosta de brincar com vários estilos musicais. Queria fazer uma junção com pagode e funk nesse novo DVD e achei que ele ia ficar feliz com a ideia. Não deu outra, a música ficou braba.
Falando em saudade… Você tem saudade de que?
Tô com saudade do Carnaval, de fazer vários shows, ver a galera dançando, se divertindo e esquecendo os problemas com a minha música. Não vejo a hora de chegar a nossa vez da fila da vacina!
Você tem colocado uma sonoridade mais pop em seu som. Como você enxerga esse novo momento na carreira?
Pô, com essa quarentena, fiquei em casa ouvindo muita música. Juntei pop, pagode, rap, trap… tem muita coisa nesse novo trabalho. Como sou cantor, compositor e produtor, fica quase impossível não me abrir pra outros ritmos, ainda mais esses tão populares, que ouço todo o dia aqui na comunidade. A minha intenção foi juntar mais os estilos para o funk chegar em mais gente mesmo.
Você compõe, produz e interpreta. Acredita que esse é seu diferencial como artista?
Acredito que o meu diferencial é cantar a minha realidade, não esqueço de onde vim. Tudo o que componho, produzo e canto vem da minha vivência de comunidade. Quero falar sobre ela onde eu for e levar esse orgulho para a favela, mesmo com todas as dificuldades que passamos.
O que te inspira? Pode falar um pouco do seu processo criativo?
Eu ouço muita música, nacional e gringa. E tudo isso acaba se tornando material para usar nas minhas produções. Muitas vezes, começo produzindo uma base, vejo que está ficando boa e faço a letra por cima. Mas já aconteceu de pensar em um tema, fazer um verso na cabeça e ir para o estúdio encaixar em algum beat. E é sempre depois que ouço alguma música boa ou alguma frase engraçada lá de onde moro.
Sem shows, você passou a olhar para as plataformas de streaming de uma maneira diferente?
Com certeza. Ali foi o meu ganha-pão durante a quarentena. Produzi bastante para levar alguma diversão para galera que está em casa também. E fiquei felizão de ter batido um milhão de streamings no ano passado!