Morte de Paulinha Abelha deixa forró eletrônico órfão de voz pioneira
Segundo especialistas, carisma da cantora, e a técnica para dançar e cantar, ajudaram a moldar o sucesso do gênero no país
atualizado
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Carisma. Na opinião dos especialistas ouvidos pela coluna LeoDias, essa era a maior marca de Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, que morreu nesta quarta-feira (23/2), aos 43 anos, em Sergipe. Além da afinação e da potência vocal da cantora, a simpatia e a presença de palco fizeram dela um dos principais expoentes do gênero conhecido como forró eletrônico, que arrasta multidões por todo o nordeste.
“A grande característica dela, pra mim, era o carisma. Um carisma inegável. Você vê uma foto dela, vê sorriso, alegria, brincadeira. Era uma pequena mulher, mas uma grande cantora”, lembra o empresário musical Pedro Mota. Para ele, a personalidade da cantora, inclusive, influenciou vocalistas de outros conjuntos musicais. “A forma dela cantar, a performance de palco, o sorriso, o timbre…tudo isso influenciou bastante outras cantoras. Várias bandas seguiram os caminhos do Calcinha e todas as cantoras foram influenciadas por Paulinha”, afirma.
Pedro Mota também lembra que, com Paulinha, o Calcinha Preta deixou de ser um sucesso restrito ao nordeste e conquistou todo o Brasil. O marco da explosão foi a inclusão da faixa Você Não Vale Nada na trilha sonora da novela Caminho das Índias, da TV Globo, em 2009. “A Calcinha Preta era tida como uma banda de forró romântico. Esse forró romântico do Calcinha, com uma pegada mais eletrônica, foi uma explosão nacional, deixou de ser local”, avalia.
Na opinião do crítico musical Lucas Prata Fortes, o Caju, Paulinha Abelha tem tudo a ver com a explosão desse gênero. Segundo ele, apesar de jovem, a vocalista do Calcinha Preta logo se destacou na cena musical ao ingressar na banda, em 1998. Com o tempo, ficou claro que ela tinha se tornado uma das pioneiras do chamado forró eletrônico: “Paulinha Abelha começou muito garota. Ela é uma das primeiras vozes femininas do forró eletrônico. No começo da década de 90 a gente tinha a Rita de Cássia, a Kátia Cilene, a Eliane e a Paulinha, como uma garota muito nova, do interior do Sergipe, de uma banda que tinha uma pegada do forró eletrônico mais focada no romantismo e que tinha um fortíssimo apelo na sensualidade”.
Sensualidade que virou marca da morena de voz afinada e sorriso largo. “Ela ficou muito marcada como a grande musa do forró eletrônico e um dos personagens mais carismáticos. Por também saber dançar, compor o corpo de baile, ela usava a dança ao seu favor para se transformar numa das principais vozes desse gênero predominantemente masculino”, pontua o crítico de música.
Para Caju, a perda de Paulinha Abelha é um baque para o gênero: “É muito triste tudo o que acontece, porque depois das idas e vindas dela do Calcinha Preta, ela estava num momento de muita felicidade, numa banda que já estava completando mais de 20 anos e que tinha nela um dos seus grandes personagens. Perde muito o gênero e é uma fatalidade pra uma pessoa tão nova”.
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